quinta-feira, 12 de maio de 2016

De olho em 2018

Lula prepara oposição 

Foto: Reprodução
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já prepara uma dura oposição ao governo de Michel Temer. Lula avalia que é muito difícil a presidente Dilma Rousseff ser reconduzida ao cargo, após o afastamento de até 180 dias. Argumenta, porém, que o PT precisa rapidamente de uma bandeira para construir a narrativa do pós-Dilma e aplainar o caminho rumo às eleições de 2018.

Abatido, Lula passou o dia desta quarta-feira, 11, no hotel onde costumava despachar, em Brasília, desde que sua posse na Casa Civil foi suspensa por decisão judicial. Conversou com senadores do PT e até do PMDB de Temer, além de integrantes de movimentos sociais.

Após 13 anos e 4 meses no poder, o PT volta para a oposição apostando no racha entre Temer e o PMDB do Senado, que já dá sinais de descontentamento em relação à montagem do ministério. A ordem é montar um grupo para esquadrinhar as primeiras medidas do presidente interino e desconstruí-las. O PT vai intensificar a luta política no Senado, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é antigo desafeto de Temer.

“Faremos uma oposição firme, mas não a que eles fizeram. Não vamos agir para provocar instabilidade econômica. Eles deram apoio à pauta-bomba e nós não vamos fazer isso”, disse o líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). “Não deixaremos que se consume a perda de direitos sociais, que acabem com o pré-sal nem que privatizem a Caixa Econômica Federal”, emendou o senador Paulo Rocha (PA), líder do PT.

Mas, nos bastidores, dirigentes do partido observam que somente esse discurso não basta para a resistência. O PT quer que Dilma percorra o País e faça viagens internacionais para denunciar o “golpe”.

Lula, na definição de quem esteve com ele, já está “com a cabeça no dia seguinte”. Toda a estratégia está sendo preparada para reconstruir a imagem do PT e lançar a candidatura do ex-presidente, em 2018. Tudo depende, porém, do desfecho da Operação Lava Jato, já que ele está na mira da Polícia Federal e também do Ministério Público.
(Agência Estado)

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