PF deflagra 30ª fase da Operação
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a 30ª fase
da Lava Jato, intitulada Operação Vício. O alvo da 30ª fase são grandes
empresas fornecedoras de tubos para a estatal, que atuavam com seus executivos,
sócios, advogados e funcionários da Petrobras para sangrar os cofres da estatal
e recolher propina.
Os investigadores colheram indícios de que o ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu, já condenado no petrolão a mais de 23 anos de prisão, e
o ex-diretor de Serviços Renato Duque, também já penalizado em mais de 50 anos
de prisão pelo juiz Sergio Moro, faziam parte do esquema.
A nova etapa da Lava Jato identificou que uma construtora
de fachada foi utilizada para viabilizar o pagamento de propina em um
expediente utilizado com frequência por criminosos do colarinho branco: a
celebração de contratos fictícios de prestação de serviços. A transferência de
dinheiro sujo também foi viabilizada por meio de uma offshore.
O Ministério Público aponta que os contratos entre a
Petrobras e as empresas fornecedoras de tubos ultrapassam os 5 bilhões de
reais. "Evidências denotam que o pagamento de propinas no interesse desse
esquema criminoso perdurou pelo menos entre os anos de 2009 e 2013, sendo que
os valores espúrios pagos, no Brasil e no exterior, superam a quantia de R$ 40
milhões", disse o MP. Na etapa batizada de Vício, dois funcionários da
Diretoria de Serviços da Petrobras são alvos de condução coercitiva.
Cinquenta agentes federais cumprem 28 mandados de busca e
apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de condução coercitiva
nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A ação de hoje se dá em parceria com
a Receita Federal e apura os crimes de crimes de corrupção, organização
criminosa e lavagem de dinheiro no esquema que sangrou os cofres da Petrobras.
De acordo com a PF, a operação desta terça é um
desdobramento das que revelaram o esquema criminoso do petrolão. O alvo agora
são três grupos empresariais que se utilizavam de operadores e contratos
fictícios com a estatal - sobretudo com a Diretoria de Serviços - e repassavam
dinheiro sujo a funcionários da Petrobras, além de agentes públicos e
políticos.
A escolha pelo nome Vício se deu, segundo a corporação,
em decorrência da sistemática prática de corrupção por determinados
funcionários da estatal e agentes políticos. "O termo ainda remete a ideia
de que alguns setores do Estado precisam passar por um processo de
desintoxicação do modo corrupto de contratar presente não ação de seus
representantes", diz a PF em nota.
A PF cumpre ainda mandados com o objetivo de apurar
pagamentos a um executivo da área internacional da Petrobras em contratos
firmados para aquisição de navios-sonda. Fonte: veja.com
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