terça-feira, 24 de maio de 2016

BOM DIA!

O roto falando do descosido!

Gosto muito de falar em São Gabriel, pois foi lá que nasci me criei e aprendi uma série de ditados e expressões que comprovam o acerto de quem as criou. A sabedoria popular é pródiga em dizer o que muitos pensam, mas não falam.

Ontem, quando estourou a informação sobre as conversas gravadas entre Romero Jucá, Ministro do Planejamento,  e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, logo fiquei pensando numa expressão que ouvia muito na minha terra.

Durante meses ouvimos de tudo sobre ações indignas praticadas por governistas, acusados de corruptos e responsáveis por tentar impedir que a corrupção fosse devidamente investigada no Brasil. Tinham razão, em alguns casos.

Ao mesmo tempo, quem fazia parte do governo, tentava mostrar que do outro lado também havia corrupção e muita gente envolvida até os fios de cabelo num mar de lamas nunca visto na nossa história.Cada um buscava argumentos mais fortes para tentar incriminar os adversários. 

O que se viu, felizmente, foi a clareza de um juiz, em Curitiba, que comandou a maior caça aos corruptos no Brasil. Sem olhar lado nem cores partidárias, Sergio Moro mandou para a cadeia políticos e empresários considerados intocáveis.

A história, como todos sabem, acabou num processo de impeachment que levou ao afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e que colocou seu vice, Michel Temer (PMDB) na principal cadeira do Palácio do Planalto.

Dito e feito. Se no governo anterior haviam muitos ministros indiciados na Operação Lava Jato, não foi diferente quando da escolha de Temer por seus auxiliares. Sete dos ministros nomeados, respondiam e respondem por algum tipo de acusação nas investigações da Polícia Federal em Curitiba.

Com Romero Jucá, pego numa gravação com Sérgio Machado, sugerindo uma interferência na Operação Lava jato, aconteceu exatamente o que seus pares condenavam nos políticos que estavam no governo. Aquilo que denunciavam, era o que praticavam.

Jucá tentou, de todas as formas, dizer que não disse o que disse, que falava de outra etapa, que se referia ao caos econômico e coisa e tal. Não adiantou. As evidências estavam ali, nas gravações divulgadas pela Folha de São Paulo, que já não sei se ainda faz parte da mídia golpista ou não. No final da tarde, Romero Jucá anunciou que se licenciaria do cargo. Foi a maneira honrosa de dizer que estava renunciando.

Michel Temer, se realmente quer ser um presidente que tenha o respeito dos brasileiros, que quer mostrar honestidade e tentar tirar o Brasil do caos em que se encontra, graças aos desmandos e mentiras do governo anterior, tem que ser firme e decidido, não permitindo que assessores seus figurem entre aqueles que se tornaram conhecidos pelo envolvimento em algum tipo de corrupção. 

A exoneração dos indiciados deve ser questão de honra para o presidente em exercício, caso contrário, vai figurar entre aqueles que como se diz lá em São Gabriel, não passam do roto falando do descosido!

Tenham todos um Bom Dia!

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