Rombo de R$ 1 bilhão está sendo investigado
O Ministério Público do Rio Grande do Sul investiga um
rombo de mais de R$ 1 bilhão na Fundação Banrisul de Seguridade Social (FBSS). Os
aposentados de um dos quatro planos de previdência complementar oferecidos pela
entidade reclamam que, para cobrir parte do déficit, estão tendo descontos que
comprometem quase metade da aposentadoria.
Uma auditoria da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc), órgão do governo federal que fiscaliza a previdência
complementar, constatou indícios de irregularidades no fundo. Foi firmado um
termo de ajustamento de conduta, e um novo plano de previdência foi criado.
Porém, os aposentados que permaneceram no plano antigo
denunciam que são obrigados a arcar com um rombo de R$ 680 milhões. Cerca de 5
mil aposentados recebem os vencimentos com descontos que chegam a quase 40%.
"Em janeiro, fevereiro e abril, minha folha veio zerada da fundação",
protesta a aposentada Salete Vieira Cristofoli. "Trabalhei 34 anos e não
estou recebendo. Só para devolver para a fundação o que nos tiraram não sei de
que maneira, estou pagando 39,11% de contribuição", diz.
A estimativa é que a entidade levaria 20 anos para pagar
a dívida. "Considerando minha idade, é impossível viver mais 20 anos. Não
serei testemunha do que será nossa fundação", lamenta o aposentado Egon
Danilo Wolff.
Muitos deles acabam contraindo mais empréstimos para
arcar com as despesas do dia a dia. O aposentado José Marum Faad conta ter
ficado com o contracheque zerado ao final do mês. "Não esperava chegar à
aposentadoria apresentando dificuldades financeiras", desabafa.
Segundo a FBSS, o déficit se deve ao aumento dos gastos
com benefícios extra-regulamentares determinados pela Justiça. De acordo com a
empresa, há mais de 3,5 mil processos judiciais contra o plano.
Mas segundo a secretária da Associação dos Funcionários
Aposentados do Banrisul (Afaban), Analice Leitão, a fundação usou o dinheiro
descontado dos salários dos funcionários em investimentos que resultaram em
prejuízos. Por exemplo, comprando ações do até então multimilionário Eike
Batista. "Pouco depois, as empresas faliram e os R$ 30 milhões se
transformaram em pó", explica.
(Com Portal G1/Conteúdo)
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