BNDES foi usado por Mantega e Coutinho
As declarações de Odebrecht foram dadas numa fase
preliminar da colaboração premiada, que ainda não foi firmada com a
Procuradoria-Geral da República. Preso há quase um ano, Odebrecht tenta o
acordo para aliviar as suas penas. Ele já foi condenado a 19 anos de prisão por
corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato.
Segundo a reportagem, Coutinho e Mantega pressionavam os
empresários a se reunir com Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma
e hoje ministro da Comunicação Social, para que eles "continuassem a ser ajudados"
pelo governo.
De acordo com as delações de executivos da Andrade
Gutierrez, o PT cobrava 1% de propina de empréstimos concedidos pelo BNDES para
projetos tocados no exterior. Os empresários da empreiteira, no entanto, haviam
isentado o banco de fomento do esquema de corrupção.
O herdeiro da maior empreiteira do Brasil teria ainda
confirmado que a presidente Dilma Rousseff deflagrou uma ofensiva para
assegurar a libertação de empresários presos na Lava Jato. A arremetida
envolveria nomear o ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de
Justiça (STJ), conforme havia sido relatado pelo senador Delcídio do Amaram
(sem partido-MS) em sua delação.
A mulher do marqueteiro do PT João Santana, Mônica Moura,
também já havia relatado aos procuradores da Lava Jato que Guido Mantega
intermediava o pagamento de caixa 2 para a campanha de Dilma em 2014.
Procurados pela reportagem, Guido Mantega e Luciano
Coutinho disseram que "nunca" trataram de doações para campanhas eleitorais.
Em nota, o presidente do BNDES afirmou que "este tema jamais foi abordado
durante qualquer contato com os executivos da Odebrecht ou de qualquer outra
empresa" e que "os financiamentos para a exportação de bens e
serviços de engenharia brasileiros em obras de infraestrutura obedecem a uma
governança baseadas em órgãos colegiados".
(Fonte: VEJA)
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