Relator pede cassação de Cunha
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) protocolou nesta
terça-feira parecer que recomenda a cassação do mandato do presidente afastado
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. Embora o
relator não possa antecipar seu voto, o texto é taxativo ao afirmar
que Cunha mentiu aos parlamentares quando disse que não tem contas bancárias no
exterior.
Agora, cabe ao colegiado deliberar sobre o parecer: caso
a maioria dos 21 integrantes concorde com os argumentos de Marcos Rogério, o
caso segue para análise do plenário. Antes, o passo inicial será a leitura do
parecer, o que deveria ocorrer ainda nesta terça, mas um pedido de adiamento
para a próxima semana já é dado como certo.
Paralelamente, Eduardo Cunha tenta mais uma tacada para
enterrar o caso no Conselho de Ética. Desta vez, o peemedebista tenta afastar o
presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), considerado um voto certo
contra ele em caso de empate. Motivo: pela contabilidade atual, o placar
ficaria em 10 a 10, e Cunha seria derrotado por Araújo.
Antes da entrega do relatório, Araújo anunciou que foi
notificado sobre a representação que chegou contra ele à
Corregedoria da Câmara - e desde abril seguia engavetada. A acusação foi apresentada
por dois desafetos de Araújo, que o acusam de usar a Brilhante FM, uma
concessão pública, para fins "eleitoreiros" e
"politiqueiros". Araújo credita a ação a uma investida de Eduardo
Cunha. Caso o processo contra o presidente avance, ele deve ser imediatamente
afastado do Conselho de Ética.
Araújo tem até a próxima terça-feira para apresentar a
defesa contra a ação, o que abriria caminho para o processo ser instaurado e, consequentemente,
ele teria de deixar o posto. Em tese, a ação somente poderia ser instaurada
após o fim da análise da representação contra Eduardo Cunha, que já atingiu o
prazo previsto no regimento e, por isso, tranca a pauta. Em reação, um aliado
do peemedebista apresentou uma questão de ordem pedindo que seja desfeito o ato
de encerramento do período de instrução, o que liberaria a chegada de novas
ações. O recurso está nas mãos de Waldir Maranhão (PP-MA), cujo
histórico é de jogar a favor de Cunha.
Fonte: Veja.com
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