quinta-feira, 19 de maio de 2016

BOM DIA!

Temer virou refém do Centrão?

Não há como negar que o presidente interino, Michel Temer, está perigosamente virando refém dos 219 deputados que formam o chamado Centrão na Câmara Federal. Desde partidos com dois ou três representantes, como PSL, PT do B e PEN, até os maiores como PR, que abriga 41 deputados e o PP com 48 parlamentares, o bloco é formado por quem pode decidir os destinos do novo governo.

Agora mesmo, indicaram o deputado André Moura (PSC-CE) para líder do governo na Câmara. Além de representar uma bancada de apenas nove deputados, Moura é réu em três ações penais no STF, investigado em outros três inquéritos, sendo um por tentativa de homicídio, além de ser condenado por improbidade administrativa.

A pergunta quase obrigatória é a que indaga se, pelo menos entre os 219 deputados do Centrão, não haveria um outro nome que não fosse tão envolvido em processos como o indicado?

O grande ‘mérito’ de André Moura, é ser amigo íntimo do deputado Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara e envolvido em acusações nada recomendáveis. Cunha, quer queiram ou não, segue mandando na quase maioria dos deputados federais.

A partir da indicação de Moura, o presidente Temer fica dependente do trabalho dele e do Centrão, para aprovar projetos de interesse do governo.

Existem resistências, por exemplo, para a aprovação de uma reforma trabalhista, com mudanças nas regras de terceirização e negociações entre sindicatos e empregadores.

Até o mês de junho, o governo pretende enviar ao Congresso uma proposta de reforma da previdência e discute a idade mínima a ser exigida para aposentadoria. Partidos como o PTB e Solidariedade, não concordam e podem interferir na decisão do Centrão.

Por outro lado, o governo pretende aprovar a mudança da meta fiscal, já que está diante de um cenário que mostra um rombo de mais de R$ 150 bilhões nas contas publicas para este ano. Com o apoio praticamente certo do chamado Centrão, a redução será aprovada com tranquilidade.

Diante da manifestação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, da necessidade de retomada da CPMF, a maioria dos deputados do Centrão já se manifestou desfavorável e não pretende mudar de ideia.

Como se vê, se o Centrão praticamente garante a maioria para a base de Temer na Câmara, ao mesmo tempo pode ser uma pedra no sapato dele na hora de caminhar em direção ao que precisa fazer para garantir mudanças e permanecer na presidência.

Mas como a política é muito dinâmica, na opinião de alguns, é bom esperar e aguardar o desenrolar dos acontecimentos. O que é hoje, pode não ser amanhã.

Tenham todos um Bom Dia!

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