“Indicação de Lula pode
ser enquadrada em crime”
ser enquadrada em crime”
Foto: Reprodução |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar
Mendes, responsável pela decisão que suspendeu a posse do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, afirmou na manhã desta
terça-feira (5) que a impressão é que neste caso houve crime de falsidade e não
de responsabilidade.
“O que ressai é a impressão de que pode ter
ocorrido mesmo não um crime de responsabilidade, mas um crime do código penal,
que é o crime de falsidade, a possibilidade de que pode ter havido de fato a
declaração falsa de posse do presidente Lula", ressaltou.
Indagado se a decisão do Supremo neste episódio poderia
respingar na presidente Dilma Rousseff, levando em conta sua avaliação de que
houve crime de falsidade na indicação de Lula e se, por esse motivo, caberia
também uma investigação sobre a própria presidente da República, Mendes
destacou: "Este é um assunto que o Ministério Público terá que
oportunamente investigar.”
Segundo o ministro, o STF não deverá conseguir apreciar
nesta semana se o ex-presidente Lula poderá ou não assumir a chefia da Casa
Civil do governo Dilma Rousseff. "Tenho a impressão que esta semana já não
se consegue", alegou, destacando que se o processo estiver em condições, o
que inclui o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), poderá ser
julgado na semana que vem. "Ontem foi juntada a defesa do ex-presidente
Lula e a PGR terá de emitir o parecer definitivo sobre o tema", destacou.
Questionado sobre o fato de Lula já estar atuando na
prática como ministro, com as articulações políticas que vem realizando, Mendes
foi cauteloso e disse que viu na imprensa informações sobre exercício indevido
de função e tráfico de influência. "Em suma, isso tem que ser examinado
por quem tem a competência, o Ministério Público poderá suscitar essas
questões.”
Ao falar a respeito da polêmica em torno da divulgação
dos áudios dos grampos autorizados pelo juiz Sérgio Moro, o ministro argumentou
que uma das hipóteses levantadas no julgamento da corte na semana passada
(quando ele estava em viagem) é a de que houve reclamação pelo fato de o grampo
incluir a presidente Dilma, que tem foro privilegiado e, portanto, que ela
poderia estar sendo indevidamente investigada pela Justiça de Curitiba.
"Mas se ela estava sendo 'indevidamente investigada' é porque ela pode ser
investigada", opinou.
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