Cunha diz que há indícios
da participação de Dilma
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira, ao ler em plenário o parecer em que
recebeu a denúncia contra Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, que
existem indícios suficientes da participação da petista em ilegalidades que
podem levar ao impeachment.
Segundo o peemedebista, existem pelo menos seis
decretos assinados pela presidente em que são liberados créditos orçamentários
sem autorização prévia do Congresso. Essa prática, disse, é condenada pela Lei
1079, de 1950, que detalha crime de responsabilidade como "infringir,
patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária" e
"ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites
estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de
crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal".
Ao analisar o pedido de impeachment dos juristas Hélio
Bicudo e Miguel Reale Jr, Eduardo Cunha disse que os seis decretos
presidenciais violam a Lei de Diretrizes Orçamentárias e representam argumento
suficiente para a abertura do processo de impeachment. "Os seis decretos
foram assinados pela denunciada, o que significa dizer que há indícios
suficientes de sua participação direta nessa conduta que, em tese, importa em
crime de responsabilidade", disse.
Em plenário, Eduardo Cunha destacou que a abertura de um
processo de impeachment é uma medida extrema e que "pode acarretar em
graves danos institucionais", mas afirmou que "é igualmente certo
também que as instituições brasileiras são sólidas e estão preparadas para esse
julgamento". Ele ainda traçou um panorama do cenário político e destacou
que "nunca na história da República houve tantos pedidos de impeachment
contra a presidente da República". "A economia não vai bem e a
desconfiança em relação ao país já atravessou as fronteiras. Sem contar o
parecer do Tribunal de Contas da União que, por unanimidade, recomenda a
rejeição das contas do governo", completou. (Com Veja.com)
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