quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Bom Dia!

171

Certamente todos já ouviram falar do famoso artigo 171, do Código Penal. Toda vez que se quer classificar alguém como vigarista ou coisa parecida, se costuma dizer que “ele é um 171”.

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

Mas não é sobre o artigo que quero falar, o número é tão somente uma coincidência que aparece exatamente quando o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, aceita o pedido de impeachment da presidente Dilma.

Para que o processo não tenha seguimento, são necessários os votos de 171 deputados. Se o número for alcançado pelos aliados da presidente, ela estará preservada e continuará no poder. Caso contrário, deverá se afastar da presidência e aguardar os acontecimentos.

Ontem mesmo, depois que o deputado Cunha aceitou o pedido de impeachment protocolado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal, em outubro, depois que a presidente falou, classificando de “inconsistentes e improcedentes a razões que fundamentam o pedido”, o alvoroço tomou conta de Brasilia e do Brasil inteiro. Políticos começaram a calcular, militantes foram para as redes sociais, juristas deram pareceres e as ameaças brotaram de todos os cantos.

O PT já começa a montar um plano para tentar acabar com o pedido no STF, enquanto a oposição trabalha para impedir que o Congresso entre em recesso, o que me parece muito difícil. O que se sabe, é que o assunto se prolongará por muito tempo. Entraremos 2016 e somente depois de alguns meses poderemos ter uma definição sobre a questão.

Até lá, lamentavelmente, o Brasil seguirá vivendo das incertezas, do caos na economia, em meio a uma corrupção nunca vista antes, com um PIB miserável e uma inflação assustadora. O brasileiro terá que virar malabarista para sobreviver a tantos problemas. O ato de Eduardo Cunha aceitando o pedido de impeachment de Dilma, nada mais fez, pelo menos no momento, do que aprofundar, e muito, a grave crise política em que estamos mergulhados.

Pelo pronunciamento da presidente, feito logo após o anúncio, fica claro que o que deveria ser um processo político, não passa de uma briga pessoal e, o que é pior, de vaidades.

Vamos aguardar e, como se diz lá em São Gabriel, ‘quem viver, verá’

Tenham todos um Bom Dia!

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