Petrobras tem
prejuízo de R$ 3,7 bilhões
A Petrobras
confirmou a expectativa do mercado financeiro e anunciou prejuízo no terceiro
trimestre de 2015, o terceiro número negativo nos últimos cinco trimestres. O
resultado ficou em 3,759 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano. No
mesmo período do ano passado, o resultado negativo havia sido de 5,33 bilhões
de reais. Já no segundo trimestre deste ano, a companhia registrou lucro
líquido de 531 milhões de reais.
Em comunicado, a
empresa atribuiu o resultado do terceiro trimestre ao aumento nas despesas
financeiras líquidas devido à valorização do dólar. Segundo a empresa, houve
aumento de 5,39 bilhões em despesas financeiras dessa natureza. Outro fator foi
a redução nas exportações de petróleo no período. A empresa contabiliza redução
de 10%, o equivalente a 40 mil barris por dia.
O prejuízo foi
ainda mais negativo do que a expectativa de analistas do mercado financeiro que
acompanham a estatal. A média das projeções de cinco casas consultadas (Brasil
Plural, BTG Pactual, Itaú BBA, HSBC e uma quinta casa que pediu para não ser
identificada) apontava para um prejuízo de 2,34 bilhões de reais. A diferença
entre os dois valores ficou em 60,3%.
Em contraste ao
fraco resultado financeiro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) ajustado alcançou 15,50 bilhões de reais, salto de
82,7% sobre o terceiro trimestre do ano passado, o pior resultado da Petrobras
na última década. Foi naquele trimestre que a estatal fez os ajustes devidos em
função da revelação de pagamentos de propina. Ao considerar um sobrepreço de 3%
nos valores dos contratos assinados com empresas alvo de investigação na
Operação Lava Jato, a Petrobras chegou a uma perda estimada de 4,06 bilhões de
reais.
Além disso, no
mesmo terceiro trimestre, a estatal contabilizou perdas bilionárias com o
cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e II e com recebíveis no
setor elétrico. Essa combinação de fatores contribuiu para o forte prejuízo do
período e para o Ebitda inferior a 10 bilhões de reais, o que não ocorria desde
2008.
No terceiro
trimestre deste ano, por outro lado, tais itens não recorrentes não se
repetiram e a companhia ainda foi beneficiada por um ambiente mais favorável no
segmento de Distribuição. Os preços da gasolina e do diesel importados pela Petrobras
encolheram, reflexo da queda da cotação internacional do petróleo, e nesse
mesmo intervalo a estatal anunciou dois reajustes de gasolina e diesel vendidos
no Brasil.
No acumulado dos
nove primeiros meses do ano, a estatal acumula lucro líquido de 2,10 bilhões de
reais, o que representa uma queda de 58% na comparação com o mesmo período de
2014. Ainda de janeiro a setembro, a dívida líquida da empresa subiu 43%, para
402,3 bilhões de reais, ante 282 bilhões de reais no mesmo período de 2014.
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