quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Terceiro trimestre

Petrobras tem prejuízo de R$ 3,7 bilhões
A Petrobras confirmou a expectativa do mercado financeiro e anunciou prejuízo no terceiro trimestre de 2015, o terceiro número negativo nos últimos cinco trimestres. O resultado ficou em 3,759 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, o resultado negativo havia sido de 5,33 bilhões de reais. Já no segundo trimestre deste ano, a companhia registrou lucro líquido de 531 milhões de reais.

Em comunicado, a empresa atribuiu o resultado do terceiro trimestre ao aumento nas despesas financeiras líquidas devido à valorização do dólar. Segundo a empresa, houve aumento de 5,39 bilhões em despesas financeiras dessa natureza. Outro fator foi a redução nas exportações de petróleo no período. A empresa contabiliza redução de 10%, o equivalente a 40 mil barris por dia.

O prejuízo foi ainda mais negativo do que a expectativa de analistas do mercado financeiro que acompanham a estatal. A média das projeções de cinco casas consultadas (Brasil Plural, BTG Pactual, Itaú BBA, HSBC e uma quinta casa que pediu para não ser identificada) apontava para um prejuízo de 2,34 bilhões de reais. A diferença entre os dois valores ficou em 60,3%.

Em contraste ao fraco resultado financeiro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou 15,50 bilhões de reais, salto de 82,7% sobre o terceiro trimestre do ano passado, o pior resultado da Petrobras na última década. Foi naquele trimestre que a estatal fez os ajustes devidos em função da revelação de pagamentos de propina. Ao considerar um sobrepreço de 3% nos valores dos contratos assinados com empresas alvo de investigação na Operação Lava Jato, a Petrobras chegou a uma perda estimada de 4,06 bilhões de reais.

Além disso, no mesmo terceiro trimestre, a estatal contabilizou perdas bilionárias com o cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e II e com recebíveis no setor elétrico. Essa combinação de fatores contribuiu para o forte prejuízo do período e para o Ebitda inferior a 10 bilhões de reais, o que não ocorria desde 2008.

No terceiro trimestre deste ano, por outro lado, tais itens não recorrentes não se repetiram e a companhia ainda foi beneficiada por um ambiente mais favorável no segmento de Distribuição. Os preços da gasolina e do diesel importados pela Petrobras encolheram, reflexo da queda da cotação internacional do petróleo, e nesse mesmo intervalo a estatal anunciou dois reajustes de gasolina e diesel vendidos no Brasil.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a estatal acumula lucro líquido de 2,10 bilhões de reais, o que representa uma queda de 58% na comparação com o mesmo período de 2014. Ainda de janeiro a setembro, a dívida líquida da empresa subiu 43%, para 402,3 bilhões de reais, ante 282 bilhões de reais no mesmo período de 2014.

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