Maduro é denunciado no Tribunal de Haia
Opositores venezuelanos denunciaram o presidente Nicolás
Maduro e outros dirigentes do governo chavista por crimes contra a humanidade
no Tribunal Penal Internacional (CPI) em Haia, na Holanda. Segundo eles, houve
dura repressão contra protestos registrados em fevereiro de 2014, que deixaram
dezenas de mortos e centenas de presos, além de assassinatos cometidos a mando
de Caracas, tortura e perseguição por razões políticas.
O líder do partido opositor Vontade Popular, Carlos Vecchio,
e o advogado de diversos dissidentes detidos, como Leopoldo López, Juan Carlos
Gutierrez, apresentaram um documento de mais de 150 páginas à procuradora da
TPI, Fatou Bensouda, com uma lista detalhada das acusações. Agora, a
procuradoria do TPI tem um prazo de três meses para decidir se acolhe a
denúncia ou não.
Caso a denúncia for aceita, Maduro pode ser julgado e
condenado pelos crimes. Seria a segunda vez que o TPI processa um presidente em
exercício. Em 2008, o ditador do Sudão, Omar al Bashir, teve a prisão pedida
pelo TPI por genocídio e crimes contra a humanidade. Como Sudão não é
signatário do Tratado de Roma, de 1998, que criou o TPI, o Estado não é
obrigado a entregar o acusado e Bashir ainda se mantém no poder em seu país. A
Venezuela é signatária, mas, na prática, dificilmente Maduro iria se entregar
ao tribunal. Mesmo assim, o peso de um processo aberto pelo Tribunal Penal de
Haia já acarretaria sanções e reprovações de outras nações contra Maduro.
O texto aponta que o governo de Caracas "lançou uma
política de Estado para atacar aquela parte da população tida como dissidente,
os controlando, punindo e fazendo uso de meios criminosos para manter-se no
poder a qualquer preço, inclusive perpetrando crimes de lesa humanidade"
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