Dilma adia anúncio de ministério
Somente depois que voltar de Nova York, para onde viaja
hoje, a presidente Dilma Rousseff (PT) fará o anúncio do novo ministério. Isso,
é claro, se ela atender ao desejo da bancada peemedebista na Câmara, de indicar
dois nomes para o ministério.
Mesmo que o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) esteja
praticamente confirmado para o lugar do petista Arthur Chioro, na Saúde, o
líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) está ameaçando romper o
acordo caso não sejam oferecidas novas vagas. Picciani não admite que os nomes
de Eliseu Padilha (Aviação Civil) e
Henrique Eduardo Alves (Turismo) sejam colocados como cotas da bancada.
A última proposta apresentada por Dilma previa que Eliseu
Padilha permanecesse na Aviação Civil e Helder Barbalho, filho do senador Jader
Barbalho (PMDB-PA), fosse deslocado da Secretaria da Pesca para Portos.
Para abrigar
Helder, a presidente desistiria de fundir Portos e Aviação. O plano de Dilma é
incorporar a Pesca ao Ministério da Agricultura. Os ministros Eduardo Braga
(Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura), que representam a bancada do
PMDB no Senado, continuam em seus postos. Dilma quer prestigiar Temer e manter
Padilha e Henrique Eduardo Alves, mas enfrenta resistências da bancada do PMDB
na Câmara.
A presidente
também pediu ajuda ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), para convencer o
líder peemedebista na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), a aceitar as mudanças na
composição do novo ministério.
Dep. Leonardo Picciani |
Depois de
receber um telefonema de Dilma, na tarde desta quinta, Paes prometeu falar com
o líder peemedebista, mas já percebeu que Picciani não aceita que Padilha seja
considerado indicação da bancada do PMDB.
O prefeito e
o governador Luiz Fernando Pezão são os mais próximos aliados de Dilma no Rio
de Janeiro, onde o PMDB se dividiu na eleição presidencial de 2014, e abriu uma
dissidência que apoiou o tucano Aécio Neves. Pezão e Paes mantiveram a aliança
com Dilma.
O presidente
do PMDB-RJ, Jorge Picciani, e o filho Leonardo fundaram o movimento
"Aezão", de apoio a Aécio e Pezão.
Nas últimas
semanas, Leonardo se aproximou da presidente e Jorge Picciani tem defendido a
permanência da presidente no cargo, em nome da "garantia de
governabilidade". A relação da presidente com os Picciani, no entanto,
ainda é distante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário