quarta-feira, 15 de abril de 2015

Operação Lava Jato - 2

Vaccari ordenou lavagem de dinheiro 


Uma gráfica de São Paulo foi usada para lavar pelo menos R$ 1 milhão da Petrobras. O pagamento foi feito a pedido do tesoureiro do PT , João Vaccari Neto, preso na manhã desta quarta-feira (15/4) na 12ª fase da Operação Lava-Jato. Segundo afirmou o procurador Carlos Fernando Lima, o valor foi usado para campanhas eleitorais e  gira na casa de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão.

Segundo Lima, os recursos saíram da Petrobras. Quem pagou foi o executivo da Setal Augusto Mendonça. Ele disse que Vaccari pediu para o dinheiro ser pago para a empresa Editora e Gráfica Atitude. Entretanto, não houve prestação de serviços e o Ministério Público suspeita de ter sido uma operação de lavagem de dinheiro. Segundo ele, as notas fiscais são genéricas e mencionam apenas “serviços gráficos”. A gráfica Atitude sofreu uma multa em uma campanha presidencial, de acordo com Lima. Ele não soube, no momento da entrevista, precisar se a infração aconteceu na campanha de 2010, período várias vezes mencionado por outros delatores da Operação Lava-Jato.

Vaccari já foi denunciado em 2010 por desvios na cooperativa habitacional dos bancários (Bancoop). Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, o motivo da prisão de Vaccari hoje é a continuidade criminosa do tesoureiro, identificada de 2004 a até pelo menos 2014. “A característica da situação dele é bem clara e até em tom de desafio à Justiça”, afirmou o policial. Para os investigadores, o tesoureiro mantém o hábito de fazer operações financeiras suspeitas usando contas correntes de parentes.

Carlos Fernando Lima diz que Vaccari está envolvido em indícios de crime de corrupção, contra o sistema financeiro e desvios de recursos, incluindo o episódio do Bancoop, em que também pesa a suspeita de que parte do dinheiro da cooperativa alimentou o caixa do PT. “Esses fatos vêm sendo repetidos. Essa reiteração é que nos levou a pedir a prisão preventiva.”

O Ministério Público e a PF também observaram uma série de depósitos não identificados em contas de parentes do tesoureiro, como sua filha e sua esposa, Giselda Rousie de Lima. A mulher do tesoureiro recebeu R$ 300 mil em três anos de origem não esclarecida. Giselda foi ouvida pelos policiais, que cumpriram um mandado de condução coercitiva contra ela. 

Outra frente de apuração da PF é a compra de um apartamento pela cunhada do tesoureiro petista, Marice Correa de Lima. Ela está foragida. A PF tem uma ordem de prisão temporária contra a cunhada do petista. Na casa de Marice, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão.

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