quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Bom Dia!

Muito desiludido!

O cara vai ficando velho, assim como eu, e sempre que faz um comentário ou escreve o que pensa, corre o risco de ser considerado saudosista ou ultrapassado. Não me incluo em nenhum dos casos, mas admito que tem quem pense que sou.

Hoje acordei pensando no meu tempo de juventude, quando comecei a formar minha ideologia política e a tratar, com mais seriedade,  das questões que nos acompanham para o resto da vida.

Naquele tempo, quando escutava meu pai contar de sua participação na Revolução de 30, ao lado de Getúlio Vargas, ficava admirado com a quantidade de políticos importantes e sérios. Já nem falo nos fantásticos oradores que se destacavam nas tribunas de todo o Brasil.

A política era uma coisa séria, os políticos tinham ideais que defendiam com veemência e recebiam os votos de eleitores que escolhiam seus eleitos pela capacidade, pela honra, pela garantia de que seriam bem representados.

Não lembro, em nenhum momento, de ter escutado meu pai falar em corrupção. Ladrão, político ou não, era mandado para a cadeia. Os políticos, em alguns casos, eram criticados por casos com vedetes do teatro rebolado. Esclareço que não estou afirmando que não existissem desonestos na política. Acho até que eles ocupavam seus espaços, nos parlamentos e nos governos, mas eram poucos.

Nem preciso falar do que acontece hoje nessa nossa pátria amada e idolatrada. Não há um só segmento governamental e/ou político que não esteja envolvido em algum tipo de denúncia. A corrupção e a roubalheira tomaram conta dos espaços que antes eram ocupados por gente séria. Ocupar um cargo no governo, salvo raras e honrosas exceções, significa formar um belo patrimônio ou juntar uma polpuda quantia para garantir uma aposentadoria tranquila.

A política séria, repleta de idealismo, acabou. Seu espaço foi ocupado pela política do conchavo, dos acordos, da submissão aos cargos, da troca de favores. Basta abrir um jornal, ligar o rádio ou a televisão, para ser sufocado por um noticiário que só fala em roubo e corrupção. Não se escuta um discurso sério, um pronunciamento que se possa guardar como documento por seu conteúdo e importância.

Meu pai se fosse vivo, certamente estaria pensando em uma nova revolução. O problema seria encontrar quem liderasse o movimento.

Eu, sinceramente, mesmo sem perder a esperança, não acredito em solução próxima para a crise que tomou conta do Brasil. Lamento, mas estou muito desiludido.

Tenham todos um Bom Dia!

Um comentário:

  1. A desilusão é geral... só os muito ignorantes não conseguem ver todo esse descalabro. Muito triste... também não vejo nenhuma solução no horizonte.

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