Jango não foi envenenado
Foto: Getty Images |
O laudo pericial dos restos mortais do ex-presidente
João Goulart não encontrou sinais de envenenamento, informou nesta segunda-feira
(1º) a Polícia Federal. O resultado foi apresentado pela PF e pela ministra
Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
De acordo com os peritos responsáveis, apesar de não ter sido encontrado sinal
de veneno, a hipótese de envenenamento não pode ser completamente negada,
porque os anos passados entre a morte do ex-presidente e a perícia podem ter
prejudicado os dados.
Os exames dos restos mortais começou em
2013, a pedido da Comissão Nacional da Verdade. Jango, exilado da ditadura
militar, morreu na Argentina, em 1976. Para a família, ele teria sido
assassinado em uma ação da Operação Condor, aliança entre as ditaduras
militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos
regimes. A suspeita levantada era de envenenamento por cápsula colocada no
frasco de medicamentos que ele tomava para combater problemas no coração.
"Nenhum medicamento tóxico ou veneno
foi identificado nas amostras analisadas", afirmou o perito Jeferson
Evangelista, da PF. "Assim, os resultados de todos os nossos exames podem
concluir que os dados clínicos, as circunstancias relatadas pela esposa, são
compatíveis com morte natural. Um enfarto agudo do miocárdio pode ter sido a
causa de morte do presidente, assim como foi registrado no certificado de
óbito? Sim. Como poderia ter sido causada por outras patologias cardíacas ou
até mesmo por patologias cerebrovasculares", afirmou.
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