terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A mesma conversa fiada

Ministro fala para plateia amestrada
e sai fugindo da imprensa e da verdade

O ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, chamou o senador Aécio Neves, ex-candidato à Presidência pelo PSDB, de "playboyzinho" e afirmou que as denúncias de corrupção na Petrobras e as tentativas de envolvimento da presidente Dilma Rousseff são "propaganda, conversa e maledicência" de quem nunca teve coragem de "colocar o dedo na ferida como nós estamos pondo agora". "Estamos cortando na própria carne, quando se verifica essa questão da corrupção", afirmou o ministro durante uma cerimônia em que foram assinados convênios com 21 associações e cooperativas de agricultura orgânica.

Para uma plateia de representantes de cooperativas de agricultura familiar e pessoal do próprio governo, o ministro declarou que não está em jogo nesse momento a questão da corrupção - "que sempre teve e nós estamos tendo a coragem de combater" - , mas o medo que a oposição teria de perder a "hegemonia do Estado brasileiro". "O medo deles não é isso, não. É essa revolução silenciosa que se opera em todos os quatro cantos do País quando o povo vai descobrindo que ele é sujeito, autônomo, que tem capacidade de tocar a vida dele, que não depende mais dos dominadores, que ganha autonomia. É disso que eles têm medo e é por isso que temos que continuar nessa linha", afirmou.

Carvalho disse ainda que o governo sofre "perseguição e discriminação" por estar começando a devolver direitos para a maioria do povo brasileiro. "Vamos sofrendo todo tipo de acusação, de bolivarianismo, de chavismo, de mais um monte de m... que os caras falam para poder fazer funcionar de fato o Estado em função da maioria", discursou. "E foi isso que esteve em disputa nessa eleição. Eu morria de medo do playboyzinho ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia acabar essa energia que está aqui nesta sala. Isso não tinha condição de continuar porque não está nesse projeto".

Ao final da cerimônia, o ministro saiu rapidamente e não quis falar com os jornalistas que o esperavam.

A notícia acima foi publicada pela imprensa brasileira na tarde de hoje (9). É a repetição da mesma conversa fiada que já não engana mais ninguém, mas eles insistem. Falam as mesmas coisas para plateias de militantes, repetem que são donos da verdade, que estão cortando na própria carne, mas esquecem que nada é feito para punir seus companheiros que fazem parte da maior corrupção da história do Brasil. Muito pelo contrário, os ladrões do mensalão, os quadrilheiros que estavam entrincheirados no Palácio, viraram heróis e desfrutam das benesses que conseguiram corrompendo parlamentares e instituições. Para os companheiros do ministro Carvalho, o grande vilão do mensalão é Joaquim Barbosa, que teve a coragem de pedir a condenação da “cumpanherada”.

Bem ao feitio dos que mentem por obrigação, dos que pregam o que não conseguem defender, logo depois do discurso que só serve para enganar os mesmos, saem correndo e, como nas conhecidas ditaduras que defendem, fogem da imprensa com medo de enfrentar a realidade. Melhor mentir para os companheiros do que ter que falar a verdade para o povo. 

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