Defenda a liberdade, presidente!
Não gosto de começar o dia falando em coisas desagradáveis, mas é difícil
falar em coisas boas quando vivemos no Brasil, o verdadeiro, não o que o
governo tenta provar que existe.
Indignada com a divulgação de novas declarações do ex-diretor da Petrobras
sobre o escândalo da compra da refinaria de Pasadena, aprovada por Dilma quando
era presidente do Conselho da Estatal, e que resultou num prejuízo de US$ 792,3
milhões ao Brasil, a petista voltou sua artilharia contra a imprensa. Como nos
tempos dos ditadores, jogou no colo da imprensa a culpa pela divulgação de
fatos, números e nomes que fazem parte da delação premiada de Paulo Roberto
Costa.
Disse a presidente que “não é função da imprensa fazer a investigação; a
função é divulgar”. Exatamente como acontecia nos tempos dos generais. A
imprensa só divulgava aquilo que interessava ao governo, o resto era censurado.
Investigação era coisa terminantemente proibida pela ditadura.
Me entristece muito ver a ex-guerrilheira, a mulher que se orgulha de ter
sido presa por combater o autoritarismo, usando os mesmos argumentos que os
militares usavam para manter um censor em cada redação de jornal e revista.
Não fosse a imprensa, presidente, quem sabe o Collor, seu atual aliado,
tivesse completado seu mandato. Não fosse a imprensa, presidente, quem sabe até
hoje ninguém soubesse do grande escândalo que foi o mensalão. Não fosse a
imprensa, presidente, a Petrobras estaria afundando cada vez mais num mar de
corrupção.
Sei que talvez seja difícil, mas tente pensar um pouco mais presidente,
antes de se voltar contra quem, parece, só serve quando divulga o que interessa
a senhora e ao seu partido. É dever e obrigação da imprensa, sim, investigar e divulgar o que
investigou. Se ela estiver errada, presidente, que pague conforme a lei. Mas,
por favor, não tente, como fizeram os ditadores, amordaçar a imprensa.
Defenda
a liberdade, presidente.
Tenham todos um Bom Dia!
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