Crônica

O Rio Grande que não é um só. São muitos!

André Machado*

A Fundação de Economia e Estatística divulgou ontem (03/04) o Idese (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico). Os detalhes  podem ser conferidos no site da instituição ou no noticiário de hoje.

O levantamento mostra, por exemplo, que cidades mais urbanizadas, geralmente na Serra ou no Litoral Norte, apresentam números semelhantes aos dos países considerados desenvolvidos. Enquanto isso, cidades da Região Sul mostram um desenvolvimento bem mais acanhado.

É como se o Rio Grande do Sul não fosse um, mas muitos. É verdade que as disparidades regionais, sobretudo quando se comparam Sul e Norte, são há muito tempo constatadas por pesquisas e mapeamentos.

As diferenças são gritantes mesmo quando comparados municípios relativamente próximos, como Jaquirana e Carlos Barbosa. O que também é conhecido. Até passeando, é impossível a gente não perceber a disparidade de desenvolvimento entre São Francisco de Paula com sua vizinha Canela, por exemplo.

Se não há novidade, por que falar nisso? Porque, mais do que nunca, é necessário acabar com as expressões de surpresa a cada novo levantamento e partir para a solução. Não é razoável que, dispondo deste mar de informação, o governo do Estado e os governos municipais, mais uma vez, mantenham o caráter tímido frente ao problema.

Aos governantes, fica minha sugestão de que se invista mais em planejamento estratégico, em formação de gestores e na prospecção de empreendimentos. Sem falar num intercâmbio de boas práticas. Por que não levar à Jaquirana algumas ações adotadas em Carlos Barbosa?

Aos cidadãos, como eu, fica outra sugestão. Primeiro, você não precisa de mandato para se envolver nas questões da sua comunidade. Converse com os vereadores, com o prefeito, os secretários de município. Converse com seus vizinhos e amigos, seu partido, se você for filiado. Organize uma associação de bairro ou de cidadãos. E não se esqueça de que neste ano haverá eleições. Cobre de quem pedir seu voto propostas coerentes para amenizar as diferenças regionais. Afinal, somos todos gaúchos e vivemos num só Rio Grande. Ao menos deveria ser assim.

Aproveite o dia.

*Jornalista