segunda-feira, 21 de abril de 2014

Concorrência com Rio Grande

Brasil planeja apoio a superporto uruguaio
Superporto de Rio Grande
Um superporto a ser construído em Rocha, no Uruguai, poderá receber financiamento de R$ 1 bilhão de dólares do governo brasileiro. Assim como aconteceu em Cuba, o Brasil poderá financiar o superporto uruguaio que estará localizado a 288 quilômetros de Rio Grande, onde está o porto mais importante do Rio Grande do Sul. O governo brasileiro está sendo atraído pela maior oferta de frequência marítima, fretes mais baratos, tempo de deslocamento menor e possibilidade de alcance do mercado asiático através do Estreito de Magalhães. Tudo, no entanto, torna os operadores portuários apreensivos diante da possibilidade da concorrência de um porto mais moderno que os nacionais, principalmente no Sul.

Enquanto os portos do Sul do Brasil tem calado (profundidade) de no máximo 14 metros e capacidade para receber navios com até 78 mil toneladas, o porto de Rocha terá calado de 20 metros permitindo a atracação de navios com capacidade para 180 mil toneladas.
O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, considera preocupante o apoio do governo brasileiro à construção do porto em Rocha, no Uruguai. 'Não podemos financiar um concorrente enquanto temos grandes carências em acessos terrestres e aquaviários e na infraestrutura portuária', assinalou.

O empresário lembrou que o governo brasileiro passou o ano de 2013 dizendo que iria investir na infraestrutura portuária. "Se o financiamento pelo BNDES acontecer, isso vai na contramão do que a presidente Dilma pregou durante o ano passado, quando elaborou um novo marco regulatório para atrair investimentos para os portos brasileiros. E por que agora financiar um porto no Uruguai?"


O governo uruguaio publicou na Internet estimativas sobre o novo porto. Em 2025, deve movimentar 87,5 milhões de toneladas, mais do que a soma dos terminais de Paranaguá (com 44,7 milhões de toneladas em 2013) e Rio Grande (com 33,2 milhões de toneladas em 2013). É esperado que uma empreiteira brasileira faça as obras em Rocha. É o mesmo modelo adotado pelo BNDES para financiar com 685 milhões de dólares o porto cubano de Mariel, reformado pela Odebrecht. (Com informações do jornal O Globo)

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