PT culpa Dilma e Ideli
Quando a presidente Dilma Rousseff, inquirida sobre a compra da
refinaria de Pasadena, no Texas, resolveu explicar que o Conselho de
Administração da estatal, na época comandado por ela, havia tomado a decisão
com base num parecer "incompleto e falho", sem querer abriu uma
brecha para que a gestão da petroleira nos anos de presidência do PT fossem
duramente questionados. Em uma semana, a ideia de uma CPI, que a oposição
tentava emplacar sem sucesso há anos, saiu do papel, e senadores como Álvaro
Dias, do PSDB, ganharam de presente os holofotes para denunciar a maneira como
um patrimônio brasileiro - a Petrobras - foi dilapidado por Lula e sua
sucessora.
Esse enredo está bem
claro na cabeça de figuras iminentes do PT. Diante dos microfones, deputados e
senadores petistas prometem – ainda que não saibam dizer como – retaliações ao PSDB e ao PSB,
partidos dos futuros adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de
outubro, pelo requerimento de abertura da CPI da Petrobras. Porém, em
diferentes reuniões a portas fechadas, parlamentares do partido atribuem o
sucesso da coleta de assinaturas feita pela oposição à incompetência da
articulação política do governo e à própria presidente Dilma Rousseff.
"Foi
um festival de incompetência do governo. E começou com a própria
presidente", afirmou um influente deputado petista, sob condição de anonimato.
Para um grupo de petistas na Câmara, Dilma chamou a atenção da opinião pública
e da oposição com sua declaração, escrita de próprio punho, sobre o parecer
falho que embasou a compra da refinaria de Pasadena, que causou prejuízo de
1,18 bilhaõ de reais para a Petrobras.
Na
próxima semana, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,
deve passar o cargo para o sucessor, provavelmente o deputado Ricardo
Berzoini (PT-SP). Ex-ministro do governo Lula e ex-presidente do PT, Berzoini
tem mais trânsito na bancada petista e perfil mais truculento que o de
Ideli. É ligado à ala sindical do partido e tem a confiança de Lula – ele foi
escalado para comandar o partido após a descoberta do mensalão derrubar a
antiga cúpula do PT.
Nesta
quinta-feira, no Congresso, Ideli demonstrou conformismo com a instalação
da investigação sobre a Petrobras. Contra a vontade do governo, o Senado
recebeu o requerimento de criação da CPI, enquanto, na Câmara, o número mínimo
de 171 assinaturas para a abertura da comissão já foi ultrapassado. "É da
vida", resumiu Ideli.(Com Veja/conteúdo)
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