segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Assassinato de Reputações

O livro bomba de Romeu Tuma Jr.
Para os que sempre tiveram dúvidas sobre determinadas figuras da política brasileira e para os que sempre acreditaram em determinadas figuras da política brasileira, recomendo a leitura da entrevista que o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior concedeu á revista Veja desta semana. As revelações de Tuma estão contidas no livro Assassinato de Reputações – Um crime de Estado, onde ele fala sobre a fábrica de dossiês dos petistas contra os adversários, o assassinato do prefeito Celso Daniel, o mensalão e o passado do ex-presidente Lula.
Destaco, aqui, alguns pontos da entrevista e do livro de Romeu Tuma Júnior. Sem comentários!

Celso Daniel – Aquilo foi um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André não queriam matar, mas assumiram claramente esse risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.
(...) Fui afastado das investigações, mas apurei tudo. Eu encontrei o carro e fotografei os cabelos que, depois, os peritos disseram que eram pelos de cachorro. Mas eu sei que não eram. Só que nunca quiseram apurar a fundo. Ponho no livro o que descobri e não foi considerado.

Gilberto Carvalho – Foi num momento de emoção quando eu estava sob fogo cruzado na imprensa e fui falar com o Gilberto carvalho. (...) Ai ele falou: “Veja, Tuma, quanto fui injustiçado no caso Celso Daniel. Quando saiu aquela história  de que havia desvios na prefeitura, eu, na maior boa-fé, procurei a família dele para levar um conforto. Fui dizer que o Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, e que todo recurso que arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas eleições”. Fiquei paralisado quando isso aconteceu. Pensei comigo: estou ouvindo uma confissão mesmo?

A conta do mensalão – Eu descobri a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia porque a Veja tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas de petistas no exterior. O que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo. Eu levei o processo para o Tarso Genro e disse: olha, tem que apurar isso. Mas, quando veio essa resposta de Cayman, os caras pararam tudo. Isso foi para a gaveta da Polícia Federal e do ministro Tarso Genro. Estou esperando até hoje o retorno. Eu tenho certeza que era a conta do mensalão. Eu publico no livro o documento para dizer isto: o governo não deixou investigar isso em 2007.

- Ainda hoje vou publicar mais tópicos da entrevista de Romeu Tuma Júnior.

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