O livro bomba de Romeu Tuma
Jr.
Para os que sempre tiveram
dúvidas sobre determinadas figuras da política brasileira e para os que sempre
acreditaram em determinadas figuras da política brasileira, recomendo a leitura
da entrevista que o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior
concedeu á revista Veja desta semana. As revelações de Tuma estão contidas no
livro Assassinato de Reputações – Um crime
de Estado, onde ele fala sobre a fábrica de dossiês dos petistas contra os
adversários, o assassinato do prefeito Celso Daniel, o mensalão e o passado do
ex-presidente Lula.
Destaco, aqui, alguns pontos
da entrevista e do livro de Romeu Tuma Júnior. Sem comentários!
Celso Daniel – Aquilo foi
um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam
propina ao PT em Santo André não queriam matar, mas assumiram claramente esse
risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.
(...) Fui afastado das
investigações, mas apurei tudo. Eu encontrei o carro e fotografei os cabelos
que, depois, os peritos disseram que eram pelos de cachorro. Mas eu sei que não
eram. Só que nunca quiseram apurar a fundo. Ponho no livro o que descobri e não
foi considerado.
Gilberto Carvalho – Foi num
momento de emoção quando eu estava sob fogo cruzado na imprensa e fui falar com
o Gilberto carvalho. (...) Ai ele falou: “Veja, Tuma, quanto fui injustiçado no
caso Celso Daniel. Quando saiu aquela história de que havia desvios na prefeitura, eu, na
maior boa-fé, procurei a família dele para levar um conforto. Fui dizer que o
Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, e que todo recurso que
arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas
eleições”. Fiquei paralisado quando isso aconteceu. Pensei comigo: estou
ouvindo uma confissão mesmo?
A conta do mensalão – Eu descobri
a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não
quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de
cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a
existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo
solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para
provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia porque a Veja tinha publicado
uma lista do Daniel Dantas com contas de petistas no exterior. O que o governo
não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência
da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar
e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo. Eu levei o processo para o Tarso
Genro e disse: olha, tem que apurar isso. Mas, quando veio essa resposta de
Cayman, os caras pararam tudo. Isso foi para a gaveta da Polícia Federal e do
ministro Tarso Genro. Estou esperando até hoje o retorno. Eu tenho certeza que
era a conta do mensalão. Eu publico no livro o documento para dizer isto: o
governo não deixou investigar isso em 2007.
- Ainda hoje vou publicar
mais tópicos da entrevista de Romeu Tuma Júnior.
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