Casas tem mais TVs e menos rede de esgoto
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do
IBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas residências de bens
duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica paralisada --ou até
regride-- em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.
De 2011 para 2012, 14 Estados
tiveram redução no percentual de moradias com esses serviços (em 11 a rede de
esgoto não teve nenhum avanço); apenas dois recuaram em bens duráveis. Na média
nacional, houve crescimento ou estabilidade, dependendo do item.
Na prática, essa queda mostra
que o aumento do número de moradias não é acompanhado no mesmo ritmo pelas
políticas públicas.
Um dos maiores entraves ainda é
a rede de esgoto. Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No
Piauí, o percentual de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% --queda de
29%.
Oito Estados também recuaram no atendimento de rede de água,
enquanto 12 pouco avançaram em coleta de lixo.
De acordo com o instituto Trata
Brasil, que monitora dados oficiais de esgoto, os investimentos em coleta hoje
são baixos --e ainda menores em tratamento.
"Há um avanço, mas muito
aquém do que o país precisa. O governo tem meta de universalizar o serviço em
até 20 anos. Se continuar assim, é impossível", diz Édison Carlos,
presidente do instituto.
O problema se repete na coleta
de lixo. "Os municípios não têm mostrado capacidade de recolher e destinar
adequadamente tudo. E os problemas estão se agravando", diz Maria Vitória
Ferreira, coordenadora da agenda ambiental da Universidade de Brasília.(com Folha/conteúdo)
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