TSE confirma suspensão de repasse de dados à Serasa
A corregedora-geral da Justiça Eleitoral, Laurita Vaz,
confirmou nesta quinta-feira, 8, a suspensão da execução do acordo que permitia
ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) repassar os dados de 141 milhões de
eleitores para a empresa privada Serasa Experian. De acordo com Laurita
Vaz, havia "risco de quebra de sigilo de informações". A decisão da
corregedora terá validade até que a corte do TSE se posicione sobre o acordo.
A
corregedora-geral da Justiça Eleitoral ressaltou ainda, na decisão, que o
processo foi feito na administração da corregedora anterior, Nancy Andrighi.
A
expectativa é de que o TSE revogue o convênio firmado entre o Tribunal e a
Serasa, que gerencia um banco de dados sobre a situação de crédito dos
consumidores do País.
Ministros
que integram o TSE adiantaram que o repasse de dados é ilegal e será
anulado. A presidente do tribunal afirmou que desconhecia o acordo, mas
antecipou que o repasse dos dados dos eleitores para empresa privada é um
equívoco. "Realmente, isso não é aceitável", reagiu Cármen Lúcia.
"Compartilhamento de informações não aceitamos de jeito nenhum",
acrescentou.
O vice-presidente do
TSE, ministro Marco Aurélio Mello, afirmou que os dados dos eleitores são
protegidos por lei e só poderiam ser abertos se houvesse uma decisão judicial
nesse sentido. "Tempos muito estranhos nós estamos vivendo no
Brasil", enfatizou. "O TSE é depositário de dados cobertos pelo
sigilo. E esse sigilo só pode ser afastado mediante ordem judicial para efeito
de investigação criminal ou instrução de inquérito. Fiquei pasmo com a notícia,
liguei imediatamente para a presidente, que também estava surpreendida",
disse. (Agência Estado)
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