Deputados do PMDB descartam plebiscito neste ano
Durou poucas horas até que a proposta de um plebiscito sobre a
reforma política provocasse um novo atrito entre a bancada do PMDB na Câmara
dos Deputados, liderada por Eduardo Cunha (RJ), e o Palácio do Planalto. Os
deputados, reunidos nesta terça-feira, decidiram que só aceitam a aprovação do
plebiscito se a consulta popular for realizada em 2014, simultaneamente às
eleições gerais - e não nos próximos três meses, como quer o governo.
Dessa forma, o principal parceiro do PT - e segunda maior bancada da
Casa - já se coloca como um entrave para que as novas regras aprovadas pelo
plebiscito valham para as eleições do ano que vem - para isso, elas precisariam
estar em vigor no início de outubro de 2013. Enfraquecido pela queda aguda na
popularidade da presidente, o governo começa a ver parte dos aliados perderem
cada vez mais o receio de enfrentar o Planalto.
O líder do PMDB descarta a hipótese
de tramitação célere da proposta: "Qualquer um que entende o mínimo sobre
o tempo e o regimento desta Casa saberia que era inviável o plebiscito valer
para as eleições de 2014", disse Cunha, após o encontro. Ele também
criticou os cinco pontos sugeridos pelo Executivo na mensagem entregue ao
Congresso: "Isso é reforma eleitoral, não é reforma política".
A bancada também decidiu que vai
defender a inclusão de outros temas ao plebiscito, como a adoção do
parlamentarismo, o fim da reeleição e a delimitação do tempo de mandato. Com
isso, aumentam as chances de o debate sobre o conteúdo da consulta popular se
prolongar.
As posições referendadas pela bancada
do PMDB foram divulgadas por meio de uma nota redigida por Cunha. O texto
informa também que a bancada apoia a votação de um projeto que destina 10% das
receitas da União na área da saúde. E que a bancada quer discutir o pacto
federativo como prioridade.(Com VEJA conteúdo)
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