A reforma política feita por meio de um plebiscito é temerária e de "difícil exequibilidade", diz o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Para ele, a presidente Dilma Rousseff deveria ter se precavido e ouvido previamente mais os chefes dos outros Poderes e os líderes políticos antes de ter lançado a ideia.
"Acredito até que
isso evitasse alguns equívocos na própria abordagem das propostas", afirma
Gilmar. Um "erro rotundo, extremamente grave" já foi abortado -a
proposta de convocar uma Constituinte exclusiva.
Mas o plebiscito continua com formatação
obscura. "Tenho dúvida sobre que perguntas serão dirigidas à população,
que terá de decidir sobre temas que têm perfil bastante técnico. Por exemplo:
vai se adotar no Brasil o sistema alemão misto distrital e proporcional...? A
população saberá distinguir?", indaga Gilmar.
O passo seguinte também
é incerto: "Quando essa resposta vier, o Congresso vai executar
como?". Teria sido apropriado se Dilma Rousseff tivesse ouvido previamente
mais pessoas. "Talvez fosse o caso de ter chamado o presidente da Câmara,
do Senado, do Supremo, do TSE, as lideranças partidárias para dizer: nós
precisamos priorizar a reforma política. Nós precisamos fazer uma agenda com
esse foco".
Para o ministro,
alguns itens da reforma política podem ser tratados por meio de lei, sem
alteração da Constituição. Teria de ser, entretanto, uma reforma gradual.
"Quando se diz 'ah! Agora nós vamos reformar o mundo de uma vez por
todas', a gente já começa a errar".(Folha Online)
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