Foram 85 viagens de parlamentares em cinco meses
Suspeita é de que as
aeronaves teriam sido usadas para fins particulares
Um levantamento feito
pela Rádio CBN com base em dados da Aeronáutica Brasileira
apontou que o presidente do Senado, Renan
Calheiros, e da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo
Alves, usaram aviões da FAB
85 vezes em cinco meses. A maioria dos voos foram feitos em deslocamento para
as residências dos parlamentares, que está em terceiro lugar de uma lista de
prioridades para o uso das aeronaves.
Os dados revelam que
Calheiros viajou com aviões da FAB em 27 oportunidades. Em treze delas rumo a
Maceió, onde mantém residência. Já Henrique Alves voou por 58 vezes, sendo
diversas para Natal. Também há registros da utilização das aeronaves para o Rio
de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e Recife.
No entanto, não é possível saber os motivos das viagens, pois nem sempre os compromissos oficiais são descritos na agenda da dupla. Ainda de acordo com o levantamento, a presidência da Câmara viajou até São Paulo na quinta-feira após o Carnaval, quando não há agenda oficial.
No entanto, não é possível saber os motivos das viagens, pois nem sempre os compromissos oficiais são descritos na agenda da dupla. Ainda de acordo com o levantamento, a presidência da Câmara viajou até São Paulo na quinta-feira após o Carnaval, quando não há agenda oficial.
Apesar de receberem uma
cota de passagens aéreas, os parlamentares preferem usar os aviões da FAB em
função das regalias recebidas. Dentre elas, está o voo com horário marcado,
dispensa de check-in e a liberação para levar acompanhantes - não é preciso
informar os nomes ou cargos, apenas o número.
O uso dos aviões passou a
ser discutido desde que veio a público a informação que Henrique Alves teria
viajado com sete amigos e familiares para o Rio de Janeiro para assistir ao
jogo da Seleção Brasileira na final da Copa das Confederações. Ele devolveu R$ 9 mil aos cofres públicos.
Calheiros também teria
voado até a Bahia para o casamento da filha de um senador. Depois de se negar a pagar o valor R$ 32 mil, ele voltou a atrás. O último caso foi divulgado na
sexta-feira e envolve o ministro da Previdência Garibaldi Alves. Assim como o
presidente da Câmara, ele teria usado um avião da FAB para ir da cidade de Nova
Morada, no Ceará, onde cumpria agenda oficial, para o Rio de Janeiro para
acompanhar a Copa das Confederações.
O uso dos aviões oficiais
é regulado pelo decreto 4.244, de 2002, que define como prioridade as viagens
para emergência de segurança ou médica. Em segundo lugar, para viagens a
serviço e, por último, para deslocamento até a residência.
No ano passado, foram
registrados 120 voos pela Câmara e 43 pelo Senado. A Controladoria Geral da
União (CGU) estuda publicar na internet os dados das viagens de autoridades com
as aeronaves da FAB.(Com ZH conteúdo)
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