Empresas de ônibus alegam prejuízos
de R$ 20 mi sem
reajuste na tarifa*
Os empresários de ônibus de Porto Alegre decidiram
sair da sombra e partiram para o ataque. Os alvos foram a Prefeitura de Porto
Alegre e os grupos que protestaram contra o aumento da passagem de ônibus na
capital. Os manifestantes são
classificados como 'grupos com interesses eleitorais' em nota publicada hoje
nos jornais. O cálculo da Associação dos Transportadores de Passageiros é que a
manutenção da tarifa em R 2,85 já gerou prejuízo de mais de R$ 20 milhões às
empresas.
A ATP lembra a intervenção em empresas de ônibus de
Porto Alegre durante a gestão Olívio Dutra como um "lamentável episódio do
passado" e que foi paga pelo contribuinte. A referência é para atacar a
posição da atual gestão de não recorrer da decisão judicial que anulou o
reajusta da tarifa para R$ 3,05. Para conter o que alega ser prejuízo, a ATP
pede isenção do ISS e da taxa de contribuição para a EPTC. A entidade calcula a
contribuição em R$ 7,7 milhões nos 70 dias em que a tarifa voltou ao valor de
2012.
Insatisfeitos com o atual momento do transporte de
Porto Alegre, os empresários abrem flanco para a proposta de realização de
licitação para o setor. Enquanto isto a Prefeitura de Porto Alegre ainda deve o
resultado do estudo sobre o excesso de gratuidades que fazem com que uma em
cada três viagens não sejam pagas. Outro ponto a ser debatido é o subsídio. Ele
não existe em Porto Alegre, mas na prática o município vem aportando recursos
na Carris para garantir o funcionamento da empresa pública que enfrenta
dificuldade para sobreviver apenas com o valor da passagem.
*Blog do André Machado - clicRBS
EPTC não tem como atender suspensão de encargos,
diz Capelari
O pedido de suspensão de pagamento dos encargos e
Imposto Sobre Serviços (2,5%) e a Taxa de Contribuição (3%) para a Empresa
Pública de Transporte e Circulação (EPTC) proposto pela Associação dos
Transportadores de Passageiros (ATP) não pode ser atendido, segundo o
diretor-presidente da instituição, Vanderlei Capelari. Em entrevista à Rádio
Guaíba nesta segunda-feira, ele afirmou que a exigências da ATP foram feitas
para chamar a atenção do Judiciário, atitude que tem a concordância de
Capelari. "Não temos como desistir do pagamento destes tributos, com a
taxa de gestão e o ISS. Mesmo que isso venha a ser retirado das cobranças das
empresas, seria preciso diminuir na tarifa também", explicou.
Capelari solicitou o auxílio imediato do Judiciário
nesta questão. A situação do transporte público em Porto Alegre também incomoda
a EPTC, segundo o dirigente, que cita a Carris. "O Judiciário precisa
assumir esse tema porque o impacto está sendo brutal. Hoje, a situação é
administrável, mas se continuar desta forma a Carris permanecerá com
dificuldade financeira", explicou. "Nós fizemos um estudo técnico que
aponta uma tarifa de R$ 3,05 e hoje ela sofre um impacto de 20 centavos por
cada passageiro que ingressa nos ônibus", acrescentou.
O diretor-presidente revelou que a intenção é
tornar a Carris auto-sustentável e que uma reunião estratégica já foi marcada
com o prefeito José Fortunati. "Se a tarifa não retornar ao valor que
tecnicamente foi definido, nós realmente teremos muitas dificuldades por conta
do aumento nos insumos", argumentou.
(Com CP conteúdo)
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