Acusado de 3 crimes, Renan será o
Presidente do Brasil
Nesta sexta-feira, a Presidência da
República será comandada por alguém que responde a inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF) e que já esteve perto de ter o mandato cassado.
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente
do Senado e terceiro na linha sucessória, assumirá o comando do Executivo por
um dia.
É o que manda a Constituição: a
presidente Dilma Rousseff viaja para a Etiópia, o vice Michel Temer estará no
Equador e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está nos
Estados Unidos.
Renan já havia ocupado a Presidência
interinamente em maio de 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva era o chefe do
Executivo. [Na
época, não pesavam as acusações que levaram o senador a renunciar ao cargo de
presidente do Senado no ano seguinte, envolvido num escândalo revelado por VEJA que incluía, entre outros problemas, o
pagamento, por parte de uma empreiteira, de despesas da mãe de uma filha havida
fora do casamento por Renan].
No dia 1º de fevereiro passado, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou o que já vinha
circulando em Brasília: ele apresentara denúncia contra o senador perante o
Supremo pelos crimes de peculato (quando servidor público utiliza o cargo para
desviar dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso.
Gurgel explicou na ocasião que a
acusação de peculato contra o presidente do Senado baseia-se,
“essencialmente”, no suposto uso de notas frias para comprovar despesas da
verba de representação do gabinete. “Ele comprovou isso com notas frias”,
afirmou Gurgel. “Os serviços [contidos nas notas], na verdade, não foram prestados. Isso
caracteriza o peculato”. O procurador-geral alegou que os documentos
apresentados na prestação de contas do senador não foram utilizados com a
finalidade que as notas fiscais identificavam, mas para justificar renda. “Para
justificar renda, ele usou de recursos da verba de representação e comprovou
com notas frias. A prova documental é farta nesse sentido”.
O Código Penal prevê pena de 2 a 12
anos de cadeia para o crime de peculato. Se chegar a haver uma condenação pelos
três crimes de que é acusado, Renan está sujeito a um total de penas que pode
se situar entre 5 a 23 anos de prisão, além de multa que a decisão do tribunal
cominaria.(Com VEJA online)
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