Bom Dia!
Vou começar a terça-feira falando em árvores e em tragédia. Me
refiro às arvores da praça Júlio Mesquita, em frente à Usina do Gasômetro e à
morte de 17 pessoas, até agora, provocadas pelos deslizamentos de terra na
região serrana do Rio de Janeiro.
Em audiência publica realizada ontem na Câmara de
Vereadores, entre vaias e aplausos, ficou decidido que o corte das arvores da
praça será mantido. Serão cortadas 115 árvores para permitir a duplicação da
Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira Rio). Em compensação, a prefeitura se
compromete a plantar 401 mudas, conforme previsão original, mais 2000 em locais
a serem definidos. Durante a audiência também, ficou acertada a criação de um
grupo de trabalho que vai tirar do papel o projeto de implantação do Parque do Gasômetro
que visa ampliar praças da região além de criar uma ligação com a beira do
Guaíba. Não ficou definida a data para o recomeço do corte das árvores.
Enquanto isso, na região serrana do Rio de janeiro, uma nova
tragédia matou, até agora, 17 pessoas. Chuvas torrenciais provocaram
deslizamentos de terra que acabaram sepultando quase duas dezenas de pessoas,
ferindo mais de 30 e desalojando mais de 550.
O que mais impressiona, além das quantidade de chuva, é o
fato de que tragédias como a que ocorreu no Rio, acontecem quase que todos os
anos e merecem, sempre, a promessa das autoridades estaduais e federais, de que
o problema será resolvido. E não resolvem nada.
Em janeiro de 2010, 50 pessoas morreram em enxurradas em
Angra dos Reis e Ilha Grande. No mês de abril de 2010, 229 pessoas perderam a
vida no deslizamento do Morro do Bumba, em Niterói. Em janeiro de 2011, pelo
menos 900 pessoas perderam a vida em razão da chuva na região serrana do Rio.
Em janeiro de 2012, foram 13 mortos em deslizamento de terra em Sapucaia, no
Rio de Janeiro. Em janeiro deste ano, a chuva intensa que caiu em Duque de
Caxias, provocou uma morte. Agora, no mês de março, a chuva sobre Petrópolis e
região serrana do rio, matou 17 pessoas.
Para mim, o que mais impressiona é que tanto o governador
Sérgio Cabral (PMDB) quanto a presidente Dilma Rousseff (PT), em várias
ocasiões tomaram atitudes idênticas, ou seja, sobrevoaram e visitaram os locais
das tragédias e prometeram “liberação imediata de recursos” paras impedir novas
mortes. Não se tem notícia de que as verbas realmente tenham sido liberadas e,
caso tenham sido, se foram aplicadas na prevenção de novas tragédias. Agora
mesmo, desde Roma, a presidente lamentou que “as pessoas não querem sair das
regiões que não podem ficar”. Para Dilma “não tem prevenção que dê conta se
você ficar numa região, num determinado lugar, mesmo sabendo que tem que sair”.
O que preocupa, diante de tudo o que tenho lido e escutado,
é que a culpa acabe sendo dos que morreram, ficaram feridos ou estão desalojados.
Nas comemorações do aniversário de Porto Alegre, o grupo
Nenhum de Nós estará se apresentado no Largo Glênio Pres, hoje, a partir das 19
horas. O ingresso é gratuito. Oportunidade para curtir um dos grupos gaúchos
mais importantes cantando, pro exemplo, O Astronauta de Mármore. Que todos
tenham um Bom Dia!
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