Opositores protestam e exigem notícias de Chávez
Em meio a rumores sobre morte do líder venezuelano, manifestantes marcham pelas ruas de Caracas e pedem provas de que o presidente está vivo
Centenas de estudantes de oposição
e outros críticos do governo de Hugo Chávez realizaram ontem uma manifestação
em Caracas exigindo provas de que o líder venezuelano, que luta contra um
câncer, ainda está vivo e governando.
A multidão, que incluiu diversos
líderes da ala mais radical da coalizão de oposição Unidade Democrática,
cantando músicas de protesto e empunhando cartazes, convergiu para uma área no
centro de Caracas. Os banners traziam frases como "digam a verdade!"
e "parem de mentir".
Mostrando a profunda polarização
política no país de 29 milhões de habitantes durante os 14 anos de governo
Chávez, centenas de estudantes chavistas também realizaram uma manifestação em
apoio ao presidente.
Como Chávez até agora não foi visto
em público desde a operação a que se submeteu em 11 de dezembro em Cuba - além
de algumas fotos divulgadas antes de ele retornar a Caracas -, os venezuelanos
estão inquietos aguardando informações em meio a muitos rumores.
Segundo as autoridades, o
presidente está em Caracas num hospital militar depois de ter retornado de Cuba
há duas semanas. Embora esteja respirando com ajuda de aparelhos, incapaz de
falar e submetendo-se a sessões de quimioterapia, o presidente governa por meio
de comunicados e ordens por escrito.
Mas os opositores acusam o
vice-presidente Nicolás Maduro e outros de mentirem com respeito ao estado de
saúde de Chávez. E circulam notícias na mídia e pela internet segundo as quais
o presidente já poderia estar morto - o que é enfaticamente negado pelo
governo.
"Eles estão violando a
Constituição. A Venezuela está sem governo no momento. O presidente está doente
e não expressou uma palavra nos últimos dois meses. Ele não governa",
disse uma manifestante, a professora Maria Montero, de 56 anos.
"Queremos ouvir porta-vozes
imparciais que nós deem informações sobre Chávez, médicos de fato e não
políticos", acrescentou Maria Mendoza, de 54 anos, funcionária da empresa
estatal de petróleo PDVSA.
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