segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Pedágios: quem vai pagar a conta?
Como era de se esperar, a Univias, que coordena a maior malha do programa estadual de concessão rodoviária, ingressou com várias ações  judiciais cobrando do governo do Estado uma indenização de R$ 1,7 bilhão. Pelos cálculos da Univia, este valor representa o desequilibro econômico-financeiro ocorrido ao longo de 15 anos. Para se ter uma ideia, o que a empresa está cobrando corresponde praticamente aos empréstimos contratados pelo Piratini ao BNDES e Banco Mundial.
Para chegar ao valor cobrado, a Univias considerou, principalmente, a não concessão de reajustes tarifários previstos em contratos e rotas de fuga no entorno das praças de pedágio. Existem segundo a empresa, laudos da Agergs, Daer, ANTT e Tribunal de Contas confirmando a existência do passivo.
A concessionária lembra artigo de autoria do ex-ministro Eros Grau, do STF, publicado no jornal Estado de São Paulo, afirmando que a jurisprudência da Justiça brasileira considera um contrato extinto somente quando há solução dos desequilíbrios econômico-financeiros.
Também é solicitada pela Univias que as concessões sejam mantidas por tempo indeterminado enquanto não for pago o alegado passivo.
Certamente este é um assunto para muito tempo e infindáveis discussões. Até se saber quem tem razão ou não, levaremos, quem sabe, alguns anos. No entanto, como os pedágios estaduais devem ser absorvidos pelo Estado a partir do primeiro semestre de 2013, é possível que uma solução saia mais rapidamente. A mi, sinceramente, o que mais preocupa, é de onde sairá o dinheiro caso o Estado seja condenado a pagar a Univias e, conseqüentemente, as demais concessionárias. Por tudo o que tem acontecido até hoje, pelo histórico de fatos semelhantes ocorridos no Brasil, acho que, lamentavelmente, a conta será paga pelo contribuinte, ou seja, vamos ter que abrir o bolso através de tarifas, impostos, sei lá o que.
Machado Filho

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