Adeli Sell*
Se você pensou logo de cara: “trabalho e
dedicação às Entidades Públicas”, pasme, nem sempre é assim. No último pleito,
Brasil afora, vimos que ainda existem práticas condenáveis no cenário eleitoral
e que os elementos para a vitória nas urnas às vezes cheiram a fumaça.
As relações comunitárias e de base, em alguns
casos, sucumbiram ao frívolo jogo de eventos populares e trocas de favores. As
dobradinhas galeto e placa; asfalto e churrasco; cartaz e festa ainda não foram
superadas pela campanha nas redes sociais ou pela boa militância corpo a corpo,
cuja estratégia é a troca de ideias.
Mas as mazelas não são unilaterais. É um
período de muita produção gráfica, intenso gasto publicitário e promocional.
Profissionais liberais e empresas do setor produzem como nunca. Enquanto fecham
arte de um candidato, alguns esbravejam “eu odeio política. Não preciso dela”.
Pois bem, caro leitor, vamos falar sobre isso.
A quem serve um financiamento privado das
campanhas? Por que é mais simples doar sem declarar e usar sem prestar contas?
A esta altura vocês já podem estar calculando quanto custa para fazer a placa
de sua loja e quanto deve ter custado um caminhão de placas e cavaletes que
redecoraram a cidade no último período. Muitos destes famosos das calçadas
declararam gastos pífios, apesar da grande estrutura eleitoral. Anúncios em
capa de jornal, carros de som e eventos. Um grande número de artifícios que,
ruidosamente, calam o diálogo e não permitem a discussão. Quem ganha com isso?
Contabiliza-se em ‘rádio corredor’ que alguns
candidatos tiveram mais de mil muros pintados na cidade e isso, por certo, não
devem estar lançados na prestação de contas. Mas se é possível auditar, porque
não confrontar os relatórios de despesas? Quem ganha em cegar?
Candidatos com rostos fixados em tapumes de
obras e até, ilegalmente, em bares. Tudo isso fez parte do mais recente pleito
municipal, enquanto parte do eleitorado se organizou em rede, nos espaços de
trabalho colaborativos, em coletivos sociais.
Mas a campanha, infelizmente, ainda não se
modernizou. Talvez este contraste aumente o coro dos que dizem viver sem
política. Mas todos reclamam e poucos querem falar sobre o tema. Precisamos
falar sobre eleições. Quem quer?
Enquanto alguns calam, eu sigo sendo um
rebelde. Um rebelde com causa. Minha causa é o trabalho, a ética e a coragem.
*vereador e presidente do PT-POA
Adeli Sell fundamentou com escorreita feitura seu comentário, análise. Destarte, o povo ainda não absorveu a essência do que é importante. Este toma lá da cá, é deveras nojento da forma como ocorre.
ResponderExcluirUm voto, deve ser bem utilizado, o eleitor precisa ao menos conhecer algo a respeito do candidato, pesquisar, investigar, etc. Depois, decida-se.
Parabéns Vereador Adeli .