Depois de quase duas semanas de intervalo, o Supremo Tribunal
Federal (STF) retoma nesta quarta-feira o julgamento do mensalão e prossegue
seu trabalho de definição das penas e multas a serem impostas àqueles que
participaram do maior escândalo político da República.
Os ministros, que têm
enfrentado dificuldades na dosimetria das penas, devem concluir na sessão
plenária desta tarde a sanção a ser imputada ao publicitário Ramon Hollerbach, que acumula, até
aqui, 14 anos, três meses e vinte dias de reclusão.
Sócio do publicitário Marcos Valério de Souza, Hollerbach
foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, evasão de divisas, formação de
quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. Para o Ministério Público, o
empresário participou ativamente do esquema criminoso ao endossar cheques sob a
rubrica de “empréstimos ao PT” e assinar fraudulentamente a liberação de
recursos junto aos bancos BMG e Rural. O dinheiro captado a partir das duas
estratégias foi utilizado para corromper parlamentares aliados e garantir a
formação de uma base de apoio ao Palácio do Planalto no início do governo
Lula. A pena definitiva de Hollerbach deve ultrapassar os 20 anos de
cadeia.
Após a conclusão desse caso, os dez ministros da mais alta
corte do país devem se voltar ao restante dos integrantes do chamado núcleo
publicitário do esquema. O sócio de Valério, Cristiano Paz; o advogado Rogério
Tolentino, que atuava com o publicitário mineiro; e a ex-diretora
administrativa e financeira da agência de publicidade SMP&B, Simone
Vasconcelos; serão os próximos a terem sua situação definida pelos magistrados.
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