Arroz com feijão
Bons tempos, aqueles, em que um pratinho de arroz com feijão
era comida presente em todas as mesas. Nas casas mais humildes, então, o feijão
era presença constante. Depois, com a inflação e as mudanças e surgimento de
novas culturas, o feijão foi dando espaço para o soja e outros grãos. Foi
ficando caro e desaparecendo das mesas mais pobres.
Agora, fico sabendo pelos jornais, que o Brasil está
ampliando a importação de feijão da China. Só em setembro, foram mais de cem
mil toneladas de feijão chinês entrando aqui. E o negócio se justifica pelo
preço. Enquanto a saca de 60 quilos do feijão da China, custava R$ 60 no ano
passado, a do feijão brasileiro chegava a R$ 85. Hoje, pela violenta queda na
produção de feijão no Brasil, a saca do produto chinês está custando R$ 130.
Para se ter uma ideia da queda na produção, em 1970 o
Brasil produzia 943 quilos de feijão por hectare. Hoje, passados 42 anos, a
produção é de pouco mais de mil quilos por hectare.
Assim, não estamos livres de que, muito brevemente, sejamos
convidados para banquetes especiais cujo prato principal será o feijão, só que
da China.
Acho que nem nas brincadeiras infantis se canta mais o
tradicional: “Um dois, feijão com arroz”!
Machado Filho
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