O ministro revisor no julgamento do mensalão, Ricardo
Lewandowski, retoma a sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta
quinta-feira com a análise da participação do ex-ministro da Casa Civil, José
Dirceu, no esquema de cooptação de parlamentares e de compra de votos. Na
sessão anterior, o ministro livrou o ex-presidente do PT, José Genuíno, do
crime de corrupção ativa e colocou em xeque as provas apresentadas pelo
Ministério Público contra os mensaleiros.
O magistrado, que tem se classificado como uma espécie de contraponto ao relator,
Joaquim Barbosa, começou a construir nesta quarta-feira a tese de que coube ao
ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e ao publicitário Marcos Valério a função
de “articuladores principais” do mensalão. Com isso, absolveu Genoino, ainda
que tenha sido a assinatura do então dirigente do PT uma das garantias para a
concessão de empréstimos fraudulentos à legenda junto ao Banco Rural. O
ex-presidente do partido não nega ter assinado os papéis que permitiram a
liberação mascarada dos recursos. Mas, para Lewandowski, a rubrica de Genoino
funcionou mais como um “aval moral” do que propriamente como uma autorização da
direção da legenda para a tomada fraudulenta de dinheiro.
A falta de provas cabais, na avaliação do ministro, contra
Genoino, tende a ser repetida no voto que dará hoje em relação a José Dirceu.
Ainda que o Supremo venha atestando a validade e importância das provas indiciárias,
que permitem, por meio da dedução, comprovar que determinado fato ocorreu,
Lewandowski resumiu seu entendimento com ironia: “Vamos acusando, e o réu
depois que se incumba de se defender”. (Com VEJA online).
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