Durante a leitura de seu voto, quando absolveu José Dirceu, o revisor
Ricardo Lewandowski ouviu críticas dos outros ministros a respeito dos pontos
fracos de seu voto.
"Vossa excelência condena alguns deputados por
corrupção passiva, entendendo que houve repasses de recursos para algum ato,
provavelmente de apoio político. Também em seu voto condena Delúbio Soares como
corruptor ativo. Não está havendo uma contradição?", disse Gilmar Mendes,
apontando a falta de coerência entre a postura anterior de Lewandowski e o voto
dele no caso de Dirceu.
Marco Aurélio Mello, por sua vez, achou estranho o fato de
Lewandowski condenar Delúbio, então tesoureiro do PT, mas absolver José Dirceu
e José Genoino, mandatários do partido na época: "Vossa excelência imagina
que um tesoureiro de partido político teria essa autonomia?", indagou.
Celso de Mello, o decano da corte, também se pronunciou para
questionar Lewandowski quando o revisor acreditou ter encontrado uma
contradição na tese de que houve compra de apoio político no Congresso:
"Compra-se a Câmara mas não se compra o Senado?", perguntou Lewandowski.
Celso de Mello lembrou o óbvio: "Talvez porque não houvesse prova de que
houve compra no Senado", disse, lembrando que o que está nos autos pode
ser apenas parte de um esquema maior.
Mais cedo, o presidente da corte, Carlos Ayres Britto, rebateu o colega
revisor e lembrou que Roberto Jefferson não desmentiu à Justiça o que afirmou à
imprensa e ao Congresso quando denunciou o mensalão. Até agora, Lewandowski não
foi defendido por ministro algum. (Com VEJA online).
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