O presidente da Corte,
Ayres Britto, reabre a sessão e já inicia a leitura de seu voto, o único que
falta para a conclusão do capítulo 6. O ministro adianta que seguirá os demais
ministros e absolverá Antonio Lamas das acusações de formação de quadrilha e
lavagem de dinheiro. Quanto a Emerson Palmieri, Ayres Britto segue o voto do
relator, "pela condenação por umas imputações e absolvição por
outras". O réu foi condenado por Barbosa por lavagem e corrupção passiva.
"Os denunciados, em
sua maioria, praticamente deixaram de contestar a materialidade e a autoria dos
fatos com que trabalhou o órgão acusatório", diz Ayres Britto.
"Efetivamente, os
autos dão a mais exuberante conta de que os fatos referidos pelo PGR se
encontram provados em suas linhas gerais. Os fatos aconteceram por modo
entrelaçado pela maior parte dos réus"
Ayres Britto fala sobre a
participação de Marcos Valério no esquema. Segundo o ministro, é possível achar
vínculos do publicitário com quase todos os réus. Para o presidente da Corte,
Marcos Valério tem o "dom da ambiguidade e o faro desencavador do
dinheiro".
"Era praticamente
impossível não saber que lidar com ele seria participar de um sofisticado
esquema de corrupção e lavagem de capitais, além de formação de quadrilha, para
dizer o mínimo", diz.
"A pretensa
justificava do caixa 2 parece tão desarrazoada que toca a teratologia",
afirma Ayres Britto.
"A partir do momento
em que o réu transborda do campo de disfarce para trazer a tona, às
autoridades, um outro destinatário, no caso os fornecedores daqueles cheques
emitidos pela SMP&B na medida em que se dá esse mais do que apagar de
rastros na direção de um suposto destinatário que não ele, me parece que houve um
plus de delinquência, um duplo dolo", diz o presidente.
Com relação ao réu José
Borba, o ministro segue o entendimento de Celso de Mello. "Também entendo
que houve uma dupla tipicidade".
Com o voto de Ayres
Britto, ocorre o primeiro empate no julgamento do mensalão. José Borba recebeu
cinco votos pela condenação e cinco pela absolvição no crime de lavagem de
dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário