quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mensalão

Voto dos ministros - 1
Começa a sessão de complemento do julgamento do núcleo político do mensalão. O ministro Ayres Brito anuncia a eleição para seu sucessor, já que deverá se aposentar em novembro. Joaquim Barbosa será o novo presidente, tendo como vice Ricardo Lewandowski.
Celso de Mello inicia seu voto sobre os crimes de corrupção ativa. "Esta Suprema Corte, mesmo em casos de macrodelinquência, não se divorcia do modelo que repele a responsabilidade penal objetiva".
"O poder tende a corromper. E o poder absoluto corrompe absolutamente", diz o ministro, citando Lord Acton. "Tenho por inadmissível a afirmação que este processo busca condenar a atividade política, condenar réus pelo só fato de haverem sido importantes figuras políticas", diz Celso de Mello. "Ao contrário. Condenam-se tais réus porque existem provas jurídicas idôneas, processualmente aptas a revelar e a demonstrar que tais acusados, por sua posição de hegemonia, não só dispunham do poder de determinar e de fazer cessar o itinerário criminoso, mas agiram também de acordo com uma agenda criminosa muito bem articulada, valendo-se de sua força e seu prestigio", diz o ministro.
Celso de Mello: "Estamos a tratar de uma grande organização criminosa que se constituiu à sombra do poder, formulando e implementando medidas ilícitas com finalidade de realizar um projeto de poder". "Estamos a tratar aqui, sim, de uma hipótese de macrodelinquência governamental", diz o decano. "É inadmissível que situações anômalas como esta prosperem", afirma Celso de Mello.
Celso de Mello diz que acompanha na íntegra o voto do ministro relator, Joaquim Barbosa.

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