segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mensalão

Lavagem de dinheiro - 4
Era Marcos Valério quem agendava as reuniões na  Casa Civil e chegou, inclusive, a participar de reunião entre Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural) e José Dirceu no Palácio do Planalto. Tal fato faz parte do depoimento de Kátia Rabello nos autos, afirma Joaquim Barbosa.
Simone Vasconcelos (funcionária de Valério) tinha plena consciência da ilicitude de sua conduta. É no mínimo absurda a afirmação de que alguém, por simples receio de perder o emprego, estaria livre para cometer crimes, diz o relator.
Em depoimento, José Dirceu disse que encontrou Kátia Rabello em um jantar em Belo Horizonte quando estava viajando com o presidente Lula na cidade, visitando exposição do Senai, relata Joaquim Barbosa.
O relator debate-se agora sobre o papel de Vinicius Samarane, que, segundo ele mesmo definiu, era diretor da parte de controles internos e auditorias do Banco Rural. Apesar da tercerização das auditorias, ele permaneceu como elo para verificar se estão ou não sendo seguidos normativos internos e externos dentro do banco. Ele lembra que Ayanna Tenório, ex-diretora do Banco Rural, tinha sim atribuições compatíveis com os empréstimos. Para o ministro, ela tinha conhecimento da situação e das infrações graves cometidas pelo banco.
O Banco Central alegou terem sido "genéricas e insuficientes" as respostas do Banco Rural sobre as fraudes e pediu mudanças urgentes na fiscalização, diz Barbosa, para impedir a lavagem de dinheiro.
Segundo Barbosa, a defesa do banco "tenta distorcer a realidade", alegando que, na época, não era necessário apresentar ao Banco Central e ao Coaf o nome da pessoa física que realizava o saque e recebia o dinheiro. O ministro diz que, na verdade, era necessário informar o real recebedor. Ele lê trechos de auditoria do Banco Central informando que o Banco Rural não cumpriu as normas.
‘As rudimentares anotações do Banco Rural sobre quem eram os sacadores dos valores lavados tinham como objetivo apenas prestar contas às quadrilha, não seguir às normas bancárias", lembra o relator.
(Segue)


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