Lavagem de dinheiro –
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Barbosa lembra uma
aplicação feita pela Visanet que originou em um depósito para as empresas de
Valério. "A análise das contas bancárias mostram que não houve retorno
deste valor. Jamais houve, portanto, pagamento deste empréstimo", afirma.
Barbosa cita uma
empresa de advocacia de Rogério Tolentino que funcionava de forma irregular ao
obter o crédito junto ao BMG para Marcos Valério. O relator do mensalão
tenta individualizar condutas e mostrar que Ramon Hollembach e os sócios de
Valério sabiam da lavagem de dinheiro.
No período de 2001 a
2004, a contabilidade da SMP&B foi fraudada e descaracterizada, diz
Barbosa. "Trata-se de inidônea forma de escrituração, com artifícios e
diante de inequívoca fraude contábil", afirma ele. Barbosa diz que peritos
afirmaram em laudo sobre a contabilidade e os documentos da DNA e da SMP&B
que falhas e retificações podem "não mostrar a verdade no futuro" e
ficam caracterizadas como fraude contábil.
“Não há como negar que
os réus, além de fraudarem a contabilidade das agências de Valério e do Banco
Rural, também fraudaram empréstimos, ocultaram bens, informações e dados, para
ocultar proprietários e beneficiários de quantias, como etapa para a real lavagem
de dinheiro", afirma Barbosa.
Segundo o relator, o Banco Rural permitia, na prática, que
outras pessoas sacassem cheques nominais à SMP&B. O banco, destaca Barbosa,
conhecia os reais beneficiários do dinheiro sacado na boca do caixa. Barbosa
cita saques feitos na agência Brasília do Banco Rural e como era feita a
autorização para os saques serem realizados. "Constatou-se que o Banco
Rural tinha ciência dos verdadeiros beneficiários dos saques das contas de
Valério, mas informou que a SMP&B era a sacadora", diz.
O relator cita inúmeros repasses realizados através do Banco
Rural para vários beneficiários. João Paulo Genú recebeu R$ 1 milhão e Zilmar
Fernandes, sócia de Duda Mendonça, recebeu R$ 1,8 milhão das contas de Valério,
diz.
(Segue)
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