Desde criança ouço dizer que a coisa mais certa na vida, é a
morte. E os anos foram me ensinando a conviver com esta verdade. Todos nós,
mesmo não aceitando e nunca querendo, acabamos morrendo. Morrer faz parte da
vida.
Mesmo assim, é muito difícil entender que, num determinado
momento, temos que nos conformar com a ausência definitiva de pessoas que
amamos e até daquelas que simplesmente admiramos ou queremos bem. Neste caso, a
morte quase se torna inaceitável. Pelo menos por algum tempo. Depois, a gente
acaba se acostumando, mesmo sem aceitar.
Hoje o Brasil perdeu uma pessoa que, por muitos anos, de algum
modo, fez parte do cotidiano de todos nós. Ou será que alguém, de alguma forma
ou de outro, não conviveu com o sorriso fácil e a loirice divertida de Hebe
Camargo? Eu, por exemplo, conheci a Hebe quando era bem jovem, na época em que
foi inaugurada em Porto Alegre a TV Piratini, Canal 5. Todas as semanas, não
lembro o dia, ela vinha para cá e apresentava um programa onde, basicamente, cantava.
Alguns talvez até nem saibam, mas Hebe começou como cantora. E de sucesso. O
programa era ao vivo, já que não havia videotape, naquela época.
Nos últimos anos, nem sei quantos, Hebe passou a fazer sucesso
como apresentadora. Duvido que, em algum dia, o senhor ou a senhora não tenha
dedicado alguns minutos de sua noite para assistir alguma entrevista feita por
ela na televisão. Irreverente quase sempre, crítica às vezes, Hebe sabia
conduzir suas entrevistas e transformava quase todos seus entrevistados em “uma
gracinha”.
Acho que, neste quase final de tarde de setembro, quando a
Primavera, mesmo brigando com o inverno que não quer partir, mostra suas
primeiras cores, a televisão brasileira fica um pouco cinza sem a presença de
Hebe Camargo. A música também perde, mas perdemos todos com a morte de mais um
dos símbolos da alegria e da história das artes no Brasil.
Deixo aqui um vídeo em que Hebe Camargo interpreta e homenageia um
de seus maiores ídolos, Roberto Carlos, cantando dele e do Erasmo, Você Não Sabe.
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