quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mensalão

Voto do revisor - 2
Ainda sobre Henrique Pizzolato, o ministro revisor fala agora sobre o crime de peculato, cometido por funcionário público. Segundo a denúncia, Pizzolato e o ex-ministro Luiz Gushiken autorizaram uma antecipação de R$ 23 milhões à DNA Propaganda, quando os contratos com as agências de Valério, vencidos em março, foram prorrogados. Para a defesa, não houve desvio de recursos públicos porque o fundo Visanet é composto por recursos da iniciativa privada.
Lewandowski explica que decidiu trazer as alegações da defesa para que, se for o caso, os demais ministros possam discordar de seu voto. Segundo Lewandowski, acompanhando entendimento do relator, Joaquim Barbosa, diferentemente do que diz a defesa, não importa a natureza jurídica dos recursos, se são públicos ou privados, para o crime de peculato.
Lewandowski continua o voto. Segundo o revisor, há dois aspectos importantes nesse episódio. O primeiro é que havia ingerência do Banco do Brasil no Visanet, que determinava quais ações de incentivo o fundo deveria levar a cargo. E também consta nos autos que o banco estatal ordenou pagamento na ordem de R$ 170 milhões. Lewandowski afirma que Pizzolato autorizou quatro antecipações, três assinadas por ele, à agência de Marcos Valério.
“Apesar do esforço da defesa, ficou evidenciado que o réu autorizou que fossem antecipados quatro pagamentos. Três dessas autorizações foram assinadas pelo próprio réu”.
16:01
O revisor, sobre a organização do fundo Visanet: "total balbúrdia que reinava". Em se tratando de verbas com este vulto, é preciso identificar, dizer porque é preciso a contratação, argumenta.
“As irregularidades foram corroboradas por perícia da Polícia Federal”.
Segundo a perícia, os serviços contratados pelo Visanet não foram devidamente executados, diz o revisor. Não apresentavam documentos que pudessem comprovar que a DNA executou os respectivos serviços, complementa. Neste contexto, cabe destacar que os prepostos da Visanet, que acataram as notas, sem quaisquer análises, a perícia diz que houve a alteração de documentos, houve falsificação de assinatura de servidores públicos, foram emitidas dezenas de notas fiscais falsas, afirma.
“As empresas de Marcos Valério se valiam de graves irregularidades escriturais para seu benefício e de terceiros
Os peritos concluíram que as empresas de Valério manipularam com a finalidade de ocultar milhares de transações, diz Lewandowski. Foram mais de 80 mil notas frias, diz o revisor.
Lewandowski vota para condenar Henrique Pizzolato também por peculato.
A sessão é suspensa para um intervalo de 30 minutos.

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