quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mensalão

Julgamento será retomado com voto do revisor
Lewandowski tratará do chamado núcleo publicitário do esquema de corrupção.
No 13º dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), os holofotes se voltam nesta quarta-feira para o ministro revisor do processo, Ricardo Lewandowski. Ele começará a apresentar o seu voto sobre o primeiro item das considerações do relator, Joaquim Barbosa, o chamado "núcleo publicitário". 
Lewandowski tratará de duas sequências de crimes que envolveram desvios de dinheiro público para o esquema do publicitário Marcos Valério, operador do mensalão. A expectativa é que o voto do revisor apresente divergências em relação ao de Barbosa.
Na quinta-feira passada, Barbosa pediu a condenção de João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Câmara na época do escândalo, por desvios em favor da SMP&B, de Marcos Valério. O petista responde por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. O publicitário e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach também foram considerados culpados pelo relator; eles são acusados de peculato e corrupção ativa.
Na segunda-feira, Barbosa prosseguiu seu voto e tratou de outra sequência de crimes envolvendo dinheiro público: ele mostrou como Henrique Pizzolato, diretor de Marketing do Banco do Brasil, permitiu que a DNA Propaganda se apropriasse indevidamente de mais de 75 milhões de reais da instituição. Os valores repassados à agência de Marcos Valérioalimentaram o esquema do mensalão. O publicitário e seus dois sócios também respondem, ao lado do ex-diretor do Banco do Brasil, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Mais uma vez, Valério e seus sócios foram considerados culpados pelo relator.
São as acusações contra Cunha, Pizzolato e o grupo de Marcos Valério que Lewandowski abordará na sessão desta quarta-feira. A expectativa, entretanto, é que ele só conclua a leitura de suas considerações sobre esse trecho da denúncia na quinta-feira - ou até na próxima semana.
Esse "capítulo" da denúncia é importante para o prosseguimento do julgamento porque trata da aplicação de recursos públicos no esquema de corrupção. O relator foi claro ao afirmar que o dinheiro desviado, especialmente no caso do Banco do Brasil, foi parar nas mãos de deputados cooptados pelo mensalão. O voto de Lewandowski é aguardado pelas defesas porque há expectativa que o revisor apresente uma tese "alternativa" à de Joaquim Barbosa.
 

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