O próximo a votar é o
ministro Luiz Fux que tem a palavra para o voto.
Fux lembra que,
juridicamente, "o processo é um ato de três pessoas: a acusação, o réu que
se defende, o ministro que decide". Explica, porém, que o processo do
mensalão não é tão simples, "são mais de três dezenas de réus, vários
núcleos e fatos". Fux diz que dedicou 10 horas por dia, durante o
recesso forense, para estudar o processo do mensalão.
Fux defende que não deve
haver réplica e nem tréplica dentre os ministros após o voto de cada um.
"Isto se chama o contraditório. Ouvir ambas as partes". Barbosa diz
que já mudou sua posição. Fux reclama que pediu para não ter intervenção
durante seu voto. Eles discutem.
“O juiz passa de algo conhecido para chegar a
algo desconhecido (...) Ele trabalha com a verdade suficiente. Só não muda de
opinião quem já morreu. (...) O magistrado se convence, mas deve motivar nos
autos em que prova se baseou para se convencer".
Em 40 minutos de voto, Fux já
falou em latim, inglês e em italiano. Diverge sobre conceitos dos crimes. Ainda
não começou a dar sua posição sobre condenação ou absolvição dos réus
envolvidos nos pontos que envolvem a Câmara dos Deputados e o Banco do Brasil.
“Não sei se estou falando muito rapidamente.
Talvez seja uma maneira de desangustiar
aqueles que me ouvem. Eu faço uma análise da própria razão de ser da lavagem de
dinheiro. E isso começou com o 11 de Setembro nos EUA, quando se descobriu que
o terrorismo era financiado com dinheiro oculto. A organização criminosa é o
sujeito ativo do crime. E nosso protótipo é a quadrilha".
Fux vota pela condenação de
João Paulo Cunha por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e dois peculatos.
Condena Henrique Pizzolato pelos mesmos crimes. Condena ainda Ramon
Hollembach, Cristiano Paz e Marcos Valério por corrupção ativa e os quatro
peculatos, e absolve Gushiken.
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