quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mensalão

Julgamento: sexto dia - 4

O advogado do ex-assessor parlamentar João Claudio Genú, Maurício Maranhão de Oliveira, é chamado para falar.
Oliveira diz que o MPF acusa Genú de repassar o dinheiro do PT aos deputado do PP. "Rogo que a situação dele seja analisada com moderação de grão de sal", afirma a defesa. "Ele não passaria de um grão de sal em um terreno arenoso descrito pelo procurador-geral". Segundo ele, a acusação alegou que João Claudio Genú foi usado para esconder os verdadeiros destinatários do dinheiro.
Genú estava trabalhando há apenas 40 dias para o PP quando buscou recursos para o ex-deputado José Janene (morto em 2010), no Banco Rural de Brasília em 2003, segundo o advogado Maranhão de Oliveira. Ele alega que o assessor não tinha vínculo político e só executava ordens.
"Essa denúncia traz uma contradição. E não digo isso com desprezo ao Ministério Público. A acusação chega às raias do absurdo ao afirmar que ele (Genú) teria uma participação nos recursos. Não há uma prova de ele teria usado tais empresas (corretoras de valores acusadas de lavarem o dinheiro). Tudo não passa de meras ilações", disse o advogado Maranhão Oliveira.

O advogado Antônio Sérgio Altieri de Moraes Pitombo é chamado a falar em nome de Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus Banval.
Pitombo iniciou elogiando o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Vossa excelência é um homem terrível. Fala em um tom calmo (...) que os advogados devem temê-lo", disse o advogado. Gurgel riu ao receber o elogio.
A denúncia é que Enivaldo Quadrado teria se associado à quadrilha do mensalão para a lavagem de dinheiro. Segundo o advogado, falta na acusação o crime antecedente à lavagem.  "Indícios do crime antecedente não servem para condenar", afirma o advogado. "A denúncia trouxe diversas armadilhas para vossa excelência", afirma ele ao procurador-geral.
O defensor de Enivaldo Quadrado diz que ele não escondeu nenhum valor do que foi entregue pela corretora Bônus Banval a Marcos Valério e que, também, não tinha conhecimento de que seriam repassados a parlamentares. "Não há saque nenhum, o dinheiro foi retirado na tesouraria do banco". O advogado Pitombo discorre sobre o crime de lavagem de dinheiro, tentando provar que não houve associação entre os réus para isso.
O advogado nega que as corretoras Bônus Banval e Natimar sejam "de fachada", como a acusação apontou, e que atuariam para o mensalão via Marcos Valério. Segundo ele, as empresas movimentação bilhões por mês e não tiveram nenhum problema com órgãos que fiscalizam as negociações financeiras. "Isso é uma inverdade o que está na acusação".

Ayres Britto encerra a 5ª sessão do mensalão no STF. O julgamento será retomado na quinta-feira (10), às 14h.

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