O advogado do ex-assessor parlamentar João
Claudio Genú, Maurício Maranhão de Oliveira, é chamado para falar.
Oliveira diz que o MPF acusa Genú de repassar
o dinheiro do PT aos deputado do PP. "Rogo que a situação dele seja
analisada com moderação de grão de sal", afirma a defesa. "Ele não
passaria de um grão de sal em um terreno arenoso descrito pelo
procurador-geral". Segundo ele, a acusação alegou que João Claudio Genú
foi usado para esconder os verdadeiros destinatários do dinheiro.
Genú estava trabalhando há apenas 40 dias
para o PP quando buscou recursos para o ex-deputado José Janene (morto em
2010), no Banco Rural de Brasília em 2003, segundo o advogado Maranhão de
Oliveira. Ele alega que o assessor não tinha vínculo político e só executava
ordens.
"Essa denúncia traz uma contradição. E
não digo isso com desprezo ao Ministério Público. A acusação chega às raias do
absurdo ao afirmar que ele (Genú) teria uma participação nos recursos. Não há
uma prova de ele teria usado tais empresas (corretoras de valores acusadas de
lavarem o dinheiro). Tudo não passa de meras ilações", disse o advogado
Maranhão Oliveira.
O advogado Antônio Sérgio Altieri de Moraes
Pitombo é chamado a falar em nome de Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora
Bônus Banval.
Pitombo iniciou elogiando o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Vossa excelência é um homem
terrível. Fala em um tom calmo (...) que os advogados devem temê-lo",
disse o advogado. Gurgel riu ao receber o elogio.
A denúncia é que Enivaldo Quadrado teria se
associado à quadrilha do mensalão para a lavagem de dinheiro. Segundo o
advogado, falta na acusação o crime antecedente à lavagem. "Indícios
do crime antecedente não servem para condenar", afirma o advogado. "A
denúncia trouxe diversas armadilhas para vossa excelência", afirma ele ao
procurador-geral.
O defensor de Enivaldo Quadrado diz que ele
não escondeu nenhum valor do que foi entregue pela corretora Bônus Banval a
Marcos Valério e que, também, não tinha conhecimento de que seriam repassados a
parlamentares. "Não há saque nenhum, o dinheiro foi retirado na tesouraria
do banco". O advogado Pitombo discorre sobre o crime de lavagem de
dinheiro, tentando provar que não houve associação entre os réus para isso.
O advogado nega que as corretoras Bônus
Banval e Natimar sejam "de fachada", como a acusação apontou, e que
atuariam para o mensalão via Marcos Valério. Segundo ele, as empresas
movimentação bilhões por mês e não tiveram nenhum problema com órgãos que
fiscalizam as negociações financeiras. "Isso é uma inverdade o que está na
acusação".
Ayres Britto encerra a 5ª sessão do mensalão
no STF. O julgamento será retomado na quinta-feira (10), às 14h.
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