No centro do escândalo
envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, a construtora Delta recebeu mais
de 300 milhões de reais do governo federal desde o início do ano, segundo
levantamento da ONG Contas Abertas.
Nesta quarta-feira, o ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, tem depoimento marcado na CPI do Cachoeira,
mas, de posse de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, deve
se manter calado.
Desde
que foi pilhada no escândalo, a construtora caiu em desgraça: já abandonou as
obras do Maracanã e da Transcarioca e também o consórcio para a construção de
um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, o principal contrato que mantinha no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda assim, segue com os cofres
abastecidos por verba da União. Até agora, recebeu 300, 2 milhões de reais por
serviços prestados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) e ao Ministério da Integração Nacional. No mês de maio, pouco antes de
ser considerada inidônea, a construtora recebeu a maior quantia do ano: 55,2
milhões de reais.
Nos
meses seguintes, os gastos só diminuíram. Em junho, 31,8 milhões de reais
chegaram aos cofres da Delta, enquanto em julho e agosto (até o último dia 26)
os montantes foram de 22,1 milhões de reais e 15,7 milhões de reais,
respectivamente. Da Integração Nacional, a empresa recebeu 27,5 milhões de
reais referentes às obras de integração do rio São Francisco com as Bacias dos
rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Apodi, no eixo norte da região Nordeste. Todo o
valor é decorrente de “restos a pagar”.
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