sexta-feira, 13 de julho de 2012

Opinião


Sexta-feira 13
Tem gente que tem pavor de sexta-feira 13. Outros nem ligam. Tem os que acreditam que 13 é o número do azar. Outros acham que o 13 traz sorte. Para alguns, é o dia das bruxas, do capeta, de lobisomem e outras coisas mais. Para outros é um dia absolutamente normal.
Para mim, depende do ponto de vista de cada um. Hoje, por exemplo, acho que temos que nos preocupar com algumas coisas que estão acontecendo e que, salvo juízo diferente, nada tem a ver com azar, bruxas, lobisomem ou coisa parecida.
Começo com a questão da Gripe A. É inacreditável, mas estão faltando vacinas, o que determinou a suspensão da campanha em Porto Alegre. Isso depois que foram confirmados 129 casos e 29 mortes no Rio Grande do Sul, vítimas da Gripe A. E depois querem que a gente aceite todo o tipo de desculpa governamental. As pessoas estão morrendo e o governo afirmando que nunca a saúde esteve tão bem no Brasil. Que o SUS é maravilhoso e que não falta medicamento nas farmácias populares. Só que não tem vacina para prevenir uma gripe, anunciada, diga-se de passagem, que está matando adultos e crianças, indiscriminadamente. Azar? Claro, mas dos gaúchos que dependem das providências do governo.
Já para o PSOL e a ex-deputada Luciana Genro, o dia 13 deve ser considerado de azar, mesmo. É que ela teve a candidatura à Câmara Municipal impugnada pela juíza da Zona Eleitoral 161.
A pergunta que me ocorre é: baseado em que o PSOL resolveu registrar a candidatura de Luciana? A Constituição Federal é muito clara em proibir a candidatura de parentes consangüíneos de chefes do poder Executivo. Luciana Genro, todos sabem, é filha do governador Tarso Genro, ou seja, está impedida, pela Constituição, de concorrer a cargo eletivo. Foi deputada durante anos e, ao que se saiba, nunca contestou o que diz a Constituição. Também não se tem noticia de que tenha se revoltado, durante seu mandato, contra a impugnação de alguma candidatura pelo mesmo motivo. Agora, quando tem que atender o que determina a Constituição, anuncia que vai recorrer ao STF para recuperar seus direitos políticos! “E de um autoritarismo inimaginável, me lembra até a ditadura”, disse referindo-se aos pedidos da promotoria que pediu, também a proibição da participação dela em qualquer ato de campanha como candidata. E tem mais. O presidente estadual do PSOL, vereador Pedro Ruas, disse que o prestígio eleitoral de Luciana é próprio. “Não precisa do pai. Aliás, faz oposição ao pai”, argumentou. Então, ta!
Aí, fico me perguntando o que as pessoas, as envolvidas nos casos mencionados, entendem por lei no Brasil? Se querem ignorar a Constituição, nossa lei maior, o que não farão com aquilo que não está previsto em nenhuma lei? Aliás, por falar em lei, até agora a Lei do Piso do magistério não está sendo cumprida aqui no RS. Nem a que determina que 12% do orçamento estadual deve ser aplicado na saúde.
Bem, diante de tudo isso, se alguém me perguntar se acredito em azar, em bruxas e coisas do gênero, vou pensar duas vezes antes de responder. Por via das dúvidas, vou me prevenir, pois hoje é sexta-feira 13.

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