Sexta-feira
13
Tem gente
que tem pavor de sexta-feira 13. Outros nem ligam. Tem os que acreditam que 13
é o número do azar. Outros acham que o 13 traz sorte. Para alguns, é o dia das
bruxas, do capeta, de lobisomem e outras coisas mais. Para outros é um dia
absolutamente normal.
Para mim,
depende do ponto de vista de cada um. Hoje, por exemplo, acho que temos que nos
preocupar com algumas coisas que estão acontecendo e que, salvo juízo
diferente, nada tem a ver com azar, bruxas, lobisomem ou coisa parecida.
Começo
com a questão da Gripe A. É inacreditável, mas estão faltando vacinas, o que
determinou a suspensão da campanha em Porto Alegre. Isso depois que foram
confirmados 129 casos e 29 mortes no Rio Grande do Sul, vítimas da Gripe A. E
depois querem que a gente aceite todo o tipo de desculpa governamental. As
pessoas estão morrendo e o governo afirmando que nunca a saúde esteve tão bem
no Brasil. Que o SUS é maravilhoso e que não falta medicamento nas farmácias
populares. Só que não tem vacina para prevenir uma gripe, anunciada, diga-se de
passagem, que está matando adultos e crianças, indiscriminadamente. Azar?
Claro, mas dos gaúchos que dependem das providências do governo.
Já para o
PSOL e a ex-deputada Luciana Genro, o dia 13 deve ser considerado de azar,
mesmo. É que ela teve a candidatura à Câmara Municipal impugnada pela juíza da
Zona Eleitoral 161.
A
pergunta que me ocorre é: baseado em que o PSOL resolveu registrar a
candidatura de Luciana? A Constituição Federal é muito clara em proibir a
candidatura de parentes consangüíneos de chefes do poder Executivo. Luciana
Genro, todos sabem, é filha do governador Tarso Genro, ou seja, está impedida,
pela Constituição, de concorrer a cargo eletivo. Foi deputada durante anos e,
ao que se saiba, nunca contestou o que diz a Constituição. Também não se tem
noticia de que tenha se revoltado, durante seu mandato, contra a impugnação de
alguma candidatura pelo mesmo motivo. Agora, quando tem que atender o que
determina a Constituição, anuncia que vai recorrer ao STF para recuperar seus
direitos políticos! “E de um autoritarismo inimaginável, me lembra até a
ditadura”, disse referindo-se aos pedidos da promotoria que pediu, também a
proibição da participação dela em qualquer ato de campanha como candidata. E
tem mais. O presidente estadual do PSOL, vereador Pedro Ruas, disse que o
prestígio eleitoral de Luciana é próprio. “Não precisa do pai. Aliás, faz
oposição ao pai”, argumentou. Então, ta!
Aí, fico
me perguntando o que as pessoas, as envolvidas nos casos mencionados, entendem
por lei no Brasil? Se querem ignorar a Constituição, nossa lei maior, o que não
farão com aquilo que não está previsto em nenhuma lei? Aliás, por falar em lei,
até agora a Lei do Piso do magistério não está sendo cumprida aqui no RS. Nem a
que determina que 12% do orçamento estadual deve ser aplicado na saúde.
Bem,
diante de tudo isso, se alguém me perguntar se acredito em azar, em bruxas e
coisas do gênero, vou pensar duas vezes antes de responder. Por via das
dúvidas, vou me prevenir, pois hoje é sexta-feira 13.
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