quarta-feira, 13 de junho de 2012

Perillo tirou de letra
Quem esperava uma bomba, acabou ouvindo pequenos rojões durante o depoimento do governador Marconi Perillo (PSDB/GO) na CPI do Cachoeira. Durante todo o tempo, o que se viu foi representantes tucanos elogiando Perillo e petistas aplainando o terreno para o depoimento de Agnelo Queiroz\ (PT/DF), que deverá ocorrer nesta quarta feira. Foram  mais de 8 horas de depoimento com perguntas previsíveis e respostas óbvias. Sobre possíveis irregularidades na venda de sua casa, o governador disse que “elas se devem ao ex-vereador Wladimir Garcez, que intermediou o negócio”. Perillo disse não ter qualquer proximidade com Carlinhos Cachoeira.
“Venho para restabelecer a verdade dos fatos. Não conheço algo parecido no país desde que reconquistamos a democracia. Não consigo acreditar em tamanha crueldade, informações distorcidas, ilações, suposições e todo o tipo de leviandade”, disse o governador.
Depois de ouvir o depoimento de Perillo, o deputado Silvio Costa (PTB/PE) disse: “Eu estava torcendo para que o senhor entrasse em alguma contradição. Mas tenho obrigação de dizer que o senhor claramente mostra ao Brasil que veio à CPI para falar a verdade”.
Para o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), o assunto fica encerrado. “Vossa excelência agora tem os elementos de que necessita para elaborar esse capitulo no relatório final da CPI”, dirigindo-se ao relator, deputado Odair Cunha (PT/MG).
Depois de interrogar Perillo por cerca de 40 minutos, o relator gerou o momento mais nervoso da sessão. Odair Cunha perguntou se Perillo abriria mão do sigilo telefônico. Uma reação imediata da oposição esclareceu que documentos que quebram sigilos do governador aguardam votação na CPI. 



Fortunati e ministro tratam da Copa
O desenvolvimento das obras de infraestrutura em Porto Alegre para sediar a Copa de 2014 foi tema da reunião entre o prefeito José Fortunati e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, no final da tarde desta terça-feira, 12. No Paço Municipal, o prefeito, acompanhado do secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt, e da titular do Gabinete de Articulação Institucional, Ana Pelini, informou o avanço dos projetos, licitações e obras que a prefeitura realiza na preparação da cidade para o futuro.
Fortunati destacou a oportunidade que o evento representa para o desenvolvimento econômico, social e de infraestrutura para a Capital. “A Copa está possibilitando a Porto Alegre projetar-se para o futuro, com a realização de obras que ficarão como legado para os cidadãos e ampliando a sua visibilidade internacional”, avalia o prefeito.
O ministro manifestou a parceria do governo federal para apoiar a realização das obras. “O ministério está de portas abertas para a prefeitura e sua equipe. A orientação é de cooperação e parceria para viabilizar os projetos”, disse Rebelo, que foi informado na audiência, entre outros dados, sobre o projeto de reassentamento das famílias e a liberação da área pela prefeitura no início de 2011 para a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho.


Desaposentação
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região reformou a sentença de improcedência e reconheceu o direito de um segurado já aposentado desde o ano de 1999 e que continua em atividade, ver seu benefício recalculado com o aproveitamento das contribuições vertidas depois da aposentadoria, sem a necessidade de devolução de qualquer valor. Em outras palavras, o Tribunal reconheceu o direito a desaposentação sem que seja necessária a restituição dos valores recebidos desde a data da concessão da aposentadoria.
No caso concreto, o valor atual da aposentadoria deferida no ano de 1999 está em R$ 2.283,67 (dois mil, duzentos e oitenta e três reais e sessenta e sete centavos). Com o novo cálculo, o valor ficará em aproximadamente R$ 3.000,00 (três mil reais), sendo que o segurado terá direito a receber todas as diferenças desde a data do ajuizamento da ação.
Apesar do processo ainda não ter chegado ao fim, já que o INSS ainda pode recorrer, a decisão demonstra importante alteração no entendimento da Corte da 4ª Região, que até então somente admitia a desaposentação caso o segurado devolvesse todos os valores recebidos em face da primeira aposentadoria.
O segurado está representado no processo pelo advogado Luiz Gustavo Ferreira Ramos, especialista em Direito Previdenciário.



Casa própria: Mais prazo e menos juros
A Caixa Econômica Federal e o Santander ampliaram de 30 para 35 anos o prazo dos empréstimos habitacionais nos imóveis até R$ 500 mil, financiados com recursos da caderneta de poupança. É o maior prazo da história do País, destacou o vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, José Urbano Duarte. Além disso, a instituição também anunciou a segunda redução nas taxas de juros do crédito imobiliário para classe média (renda acima de R$ 5.400). Na Caixa, as novas regras valem a partir de amanhã e no Santander o prazo estendido vai começar a partir de 6 de julho. Nos dois bancos, somente para contratos novos.
"Buscamos sempre oferecer serviços e produtos de qualidade para nossos clientes. Acreditamos que com o prazo de 35 anos, ainda mais pessoas poderão viabilizar o sonho da casa própria. O Brasil tem um enorme potencial imobiliário e queremos participar ativamente de todo esse processo”, afirma José Roberto Machado, diretor de Negócios Imobiliários do Santander. De acordo com ele, o crédito imobiliário, considerado estratégico para o banco, registrou crescimento de 33,9% no último trimestre.
Vale lembrar que o Banco do Brasil também reduziu em até 21% os juros da casa própria na modalidade para clientes com relacionamento com a instituição.
Segundo superintendente regional da Caixa, Nelma Tavares, a proposta é manter a instituição com as menores taxas do mercado. “Desde o anúncio da primeira redução nos juros já estamos verificando um aumento ainda maior na procura por financiamento”, diz Nelma.
A partir desta segunda-feira, quem procurar uma agência da Caixa já vai encontrar juros menores, 8,85% ao ano, mais TR (Taxa Referencial) para imóveis de até R$ 500 mil — no Banco do Brasil (BB), está em 8,9%. O percentual pode cair para 7,8% se o comprador transferir a conta salário para Caixa, de acordo com Nelma Tavares, superintendente regional da instituição.
Para imóveis acima de R$ 500 mil, a nova taxa da Caixa será de 9,9% ao ano, mais TR (a do BB está em 10%). Se o mutuário for cliente, com conta salário, o percentual cai para 8,9% ao ano. A superintendente lembra que quem recebe até R$ 5.400 já se beneficia de taxas subsidiadas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). “Há percentual a partir de 4,5% ao ano mais TR, além do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, diz Nelma.
Ela explica ainda que as novas reduções nos juros anunciadas pela Caixa também podem beneficiar o trabalhador que está na faixa salarial de R$ 5 mil, mas planeja comprar um imóvel acima de R$ 170 mil.
O mercado comemora as reduções nas taxas de juros e o prazo ainda mais ampliado do financiamento habitacional. "A queda nos juros realizada pela Caixa e pelo Banco do Brasil fará uma grande diferença na hora de o cliente optar por financiar o imóvel, o que vai aquecer ainda mais o mercado. Os bancos privados vão ter que acompanhar estas mudanças e quem sai ganhando com esta concorrência é sempre o cliente", diz Márcio Iorio, diretor da construtora Santa Cecília.
De acordo com o diretor da Estrutura Consultoria, Bruno Teodoro, as mudanças são válidas, pois vão beneficiar boa parte da população, que vai poder financiar mais ou pagar menos.
Diretor do Grupo CPS, Bruno Vaz apoia as novas iniciativas. “Acho a medida vai aquecer o setor”, diz.




Reperfilamento dos trilhos da Trensurb 
As madrugadas de manutenção no sistema metroviário que liga Porto Alegre a cinco cidades do eixo norte da Região Metropolitana têm uma nova atividade. Desde o último dia 2, ocorre o reperfilamento e o esmerilhamento pesado dos trilhos que compõem a Linha 1 da Trensurb. 
Os trabalhos, realizados pela empresa BRICK Engenharia e Comércio Ltda., têm o objetivo de aperfeiçoar o perfil dos trilhos, que sofrem desgaste natural com o decorrer do tempo, o uso e o efeito das intempéries. O prazo estimado para a realização dos trabalhos é de 180 dias. 
Como resultado, tem-se um melhor contato entre as roda dos trens e os trilhos, além do aumento da vida útil dos mesmos. Segundo o gerente de Manutenção da Trensurb, Eurico Faria, os usuários perceberão a redução de ruído e a maior suavidade no deslocamento durante a circulação das composições.




Viaduto Otávio Rocha - A inspiração que vem do passado
Adeli Sell*
Os moradores de Porto Alegre que 80 anos atrás estiveram na inauguração do majestoso Viaduto Otávio Rocha jamais poderiam imaginar o seu estado atual de degradação. O cartão postal da cidade está absolutamente degradado, com expressivas infiltrações, pichações, mofo, péssimas condições de higiene, calçamento e iluminação deteriorados. Chegamos ao limite. Qualquer avanço na deteorização seria intolerável.
Desde sua construção o Viaduto Otávio Rocha é um importante ponto de referência de Porto Alegre. Possui uma estrutura de concreto armado, com três vãos e quatro rampas de acesso para pedestres. Na parte central, há dois pórticos transversais onde estão localizados dois grandes nichos, nos quais foram colocados dois grupos ornamentais. Todo o revestimento foi feito em reboco de pó de granito, de cor cinza, dando um aspecto de pedra aparelhada. 
Não há dúvidas de que o Viaduto é marca arquitetônica e cultural de Porto Alegre e, na medida em que traz consigo parte da história da cidade, não deixa dúvidas de que é englobado pelo conceito de patrimônio histórico e cultural. É certo e inarredável o dever do Município na preservação do Viaduto. 
Pouco mais de uma década depois de um arranjo pontual feito pela gestão do meu partido (que resolveu alguns pontos de infiltração e sujeira), agora fica visível que o problema é mais sério do que se imaginava. A situação de degradação vai além da estrutura. A pichação realizada de ponta a ponta, os moradores de rua - que não apenas se abrigam ali, mas atacam as pessoas e anarquizam a região – e a drogadição do local completam o cenário de abandono deste tradicional espaço da cidade.
A insegurança, por incrível que pareça, já foi bem pior. No entanto, os avanços que tivemos não conseguiram reverter o quadro de decrepitude do Viaduto. E isto contradita com as melhorias no entorno da Praça Daltro Filho, ainda em processo de recuperação, com seus sábados de manhã de feirinha, além da feira de antiquários na Marechal Floriano. O que se salva ali é as duas bancas de frutas que temos em cada lado da Borges de Medeiros, dando presença e vida a qualquer hora do dia. Mas o próprio comércio do Viaduto não condiz com os dias atuais. Afirmo isso porque vivi de um pujante comércio de livros, revistas e gibis usados ali por 16 anos. 
Além de sua arquitetura exuberante, o Viaduto Otávio Rocha possui lojas comerciais de diversas atividades, como lancherias, artesanato, disco-fitas, serviços de fotocópias, bem como entidades representativas, como a Casa do Poeta do Rio Grande do Sul e a Associação de Moradores e da Etiqueta Popular. Também no Viaduto estão localizados alguns dos focos de resistência à Ditadura Militar: A ARI - Associação Riograndense de Imprensa e o histórico Teatro de Arena, além dos Hotéis Everest e Savoy.
Por concentrar tamanha representatividade, o poder público deveria garantir a Guarda Municipal para combater o vandalismo e a insegurança nesta região. A gestão sairia vitoriosa, pois diminuiria o seu gasto com a reposição de lâmpadas; os guardas garantiriam a segurança e poderiam ser "guias informais de turismo". Também poderia buscar suporte no Sebrae e reciclar o comércio local, propondo novas soluções e outras operações. Pasmem, mas ainda tem copiadora de xerox como atividade principal numa das lojas. Propus ao prefeito passado, em reunião no Paço Municipal, usar aquelas salas fechadas das escadas para um SAT - Serviço de Atenção ao Turista - junto com um SAC - Serviço de Atenção ao Cidadão, onde on line e com um funcionário e estagiários, poder-se-ia acessar serviços, como o 156 da Prefeitura.
Minha proposta prevê, inclusive, dois espaços de cada lado, fora da Área Azul, para estacionar 15 minutos, com o objetivo de acessar estes serviços. Implementando estas iniciativas já teríamos uma nova dinâmica para este pequeno trecho, espaço bacana, com uma das obras de arte mais monumentais de nossa cidade.
Também não poderíamos pensar em melhorias para o Viaduto sem pensar em revitalizar o Teatro de Arena, que fica nas imediações do Viaduto. Poderíamos buscar parceira com os hoteis Savoy e Everest, em troca de contrapartidas e realizações de novas atividades turísticas. Pois onde não há circulação de pessoas, quando não existem atividades diferenciadas, que incentive o convívio entre as pessoas, perdemos a vida do local, como já previa, há 50 anos, a grande urbanista Jane Jacobs ao propagar a vida e a morte das grandes cidades.
*Vereador e presidente do PT de Porto Alegre

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