quinta-feira, 14 de junho de 2012

CPI: Cavendish e Pagot não falarão agora
As esperadas convocações de Fernando Cavendish (Delta) e Luiz Antonio Pagot (Dnit) foram adiadas mais uma vez. Por 16 votos contra 13, os integrantes da CPI decidiram adiar o depoimento dos dois. Sob o argumento de que os dados da Delta ainda não foram analisados, o relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG) disse que ainda não há elementos para a convocação.
Na realidade, a decisão é uma forma de blindar o governador Sérgio Cabral (PMDB) do Rio de Janeiro, intimamente ligado a Cavendish. Licenciado da presidência do Conselho de Administração da Delta desde o dia 25 de abril, Cavendish permanecerá afastado,enquanto durar o processo de reestruturação da empresa.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) criticou a decisão da CPMI de adiar a convocação de Fernando Cavendish e Luiz Antônio Pagot. "Que medo pode existir em torno do depoimento dessas duas pessoas?", indagou Miro.
O parlamentar carioca lembrou que "Não estamos aqui para saber se Carlos Cachoeira é bicheiro. Todo mundo já sabe que ele é. Antes de se meter com políticos corruptos, ele tinha vida boa. A CPI se recusa a convocar o presidente de uma companhia que o governo declarou inidônea. Isto é uma tropa de cheque", criticou Miro.
O deputado Sílvio Costa, que integra a base governista, também se posicionou contrário ao adiamento da convocação de Cavendish e Luiz Antônio Pagot. "Como cidadão e como político não concordo com o equívoco deste tamanho. Quero dizer que o PSDB, que tem tentado politizar esta comissão, adotou uma postura decente ao defender a convocação de Pagot, após ele ter denunciado que o ex-governador José Serra recebeu dinheiro", afirmou.
"A partir de agora não sei mais quem quer investigar e politizar. Eu quero investigar, mas não dá para brincar com a esperança das pessoas. A política, acima de tudo, é construção da cidadania todo o dia. Não se pode construir um país decente com essa atitude. Votei contra o relator", concluiu.

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