As esperadas convocações de Fernando Cavendish (Delta) e Luiz Antonio
Pagot (Dnit) foram adiadas mais uma vez. Por 16 votos contra 13, os integrantes
da CPI decidiram adiar o depoimento dos dois. Sob o argumento de que os dados
da Delta ainda não foram analisados, o relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG)
disse que ainda não há elementos para a convocação.
Na realidade, a decisão é uma forma de blindar o governador Sérgio
Cabral (PMDB) do Rio de Janeiro, intimamente ligado a Cavendish. Licenciado da
presidência do Conselho de Administração da Delta desde o dia 25 de abril,
Cavendish permanecerá afastado,enquanto durar o processo de reestruturação da
empresa.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) criticou a decisão da CPMI de adiar a
convocação de Fernando Cavendish e Luiz Antônio Pagot. "Que medo pode
existir em torno do depoimento dessas duas pessoas?", indagou Miro.
O parlamentar carioca lembrou que "Não estamos aqui para saber se
Carlos Cachoeira é bicheiro. Todo mundo já sabe que ele é. Antes de se meter
com políticos corruptos, ele tinha vida boa. A CPI se recusa a convocar o
presidente de uma companhia que o governo declarou inidônea. Isto é uma tropa
de cheque", criticou Miro.
O deputado Sílvio Costa, que integra a base governista, também se
posicionou contrário ao adiamento da convocação de Cavendish e Luiz Antônio
Pagot. "Como cidadão e como político não concordo com o equívoco deste
tamanho. Quero dizer que o PSDB, que tem tentado politizar esta comissão,
adotou uma postura decente ao defender a convocação de Pagot, após ele ter
denunciado que o ex-governador José Serra recebeu dinheiro", afirmou.
"A partir de agora não sei mais quem quer investigar e politizar.
Eu quero investigar, mas não dá para brincar com a esperança das pessoas. A
política, acima de tudo, é construção da cidadania todo o dia. Não se pode
construir um país decente com essa atitude. Votei contra o relator",
concluiu.
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